Manuel de Almeida / Lusa
Catarina Martins, Jerónimo de Sousa
Depois do encontro com o presidente da República, Catarina Martins e Jerónimo de Sousa reforçaram a tendência de permanência.
Não há como disfarçar: dos nove partidos que estavam na Assembleia da República, nas eleições legislativas 2022 só três celebraram uma grande subida: o vencedor Partido Socialista, o Chega e o Iniciativa Liberal.
As ascensões evidentes do Chega e do Iniciativa Liberal fizeram cair o CDS – que saiu mesmo do Parlamento – enquanto a subida inesperada do PS também estará relacionada com as descidas do Bloco de Esquerda e do Partido Comunista Português; e o Partido Ecologista “Os Verdes”, integrado na CDU, deixou mesmo de ter representação em São Bento.
O partido encabeçado por Catarina Martins tinha 19 deputados desde as eleições de 2019; agora tem cinco. A CDU tinha 12 representantes e passa para metade (seis), agora todos do PCP.
Mesmo assim, Catarina Martins e Jerónimo de Sousa não deverão deixar a liderança dos seus partidos.
“Lamento desiludir, mas o Bloco de Esquerda não decide a sua direcção em função dos resultados eleitorais. Quem decide são os seus militantes, e eu cá estarei para cumprir o meu mandato por inteiro“, assegurou uma líder “muito confortável” no cargo.
A comissão política do Bloco já se reuniu, logo no dia seguinte às eleições. Haverá reunião da direcção nacional, no próximo sábado, mas nos “bastidores” do partido não haverá movimentações com a ideia de afastar Catarina Martins do cargo que ocupa.
No PCP o cenário é semelhante. O líder Jerónimo Sousa já sublinhou que não são os resultados eleitorais a definir a liderança dos comunistas.
Jerónimo, tal como Catarina, esteve com o Presidente da República nesta terça-feira, nos habituais encontros pós-eleições, para concretizar a indigitação do primeiro-ministro.
Questionado sobre uma eventual mudança na liderança do PCP, Jerónimo de Sousa respondeu em dois segundos: “A questão não está colocada”.
