Um bisturi inteligente desenvolvido por cientistas de uma universidade em Londes pode ajudar os cirurgiões a encontrar tecidos cancerígenos em tempo real, durante a cirurgia, com maior rapidez do que com os testes de laboratório tradicionais.
O iKnife, como foi batizado, consegue detectar com precisão, em apenas três segundos, se o tecido que está a ser cortado pelo cirurgião têm ou não cancro.
O inventor da nova tecnologia é o médico Zoltan Takats, do Imperial College de Londres. Os resultados dos estudos feitos pela equipa da Imperial College foram publicados no Science Translational Medicine.
Num comunicado à imprensa, Takats explicou que, normalmente, os cirurgiões, para tratar cancros com tumores sólidos, tentam removê-los através de cirurgias, mas é bocado complicado ver exactamente que tecido é cancerígeno.
Takats descobriu que os fumos produzidos durante as cirurgias, quando os bisturis eléctricos queimam e vaporizam o tecido do paciente, estão repletos de informações importantes.
O iKnife consegue analisar os fumos produzidos pela incineração do tecido e dizer aos cirurgiões se o que está a ser vaporizado é tecido maligno ou bom. Assim, os médicos poderão retirar mais do tecido prejudicial e minimizar a remoção das partes saudáveis.
Ainda de acordo com os cientistas, o iKnife obteve 100% de precisão no diagnóstico durante os testes.
“O iKnife fornece um resultado quase que instantâneo, permitindo aos cirurgiões realizar procedimentos com um nível de precisão que não foi possível antes”, afirmou Takats, em nota. “Acreditamos que tem o potencial de reduzir as taxas de recorrência do tumor e permitir que mais pacientes possam sobreviver”, concluiu o inventor.
Segundo informações da Reuters, o custo de produção de uma iKnife será em média de cerca de 240 mil euros. Mas o preço cairia significativamente se começasse a ser produzido comercialmente.
O iKnife também é capaz de identificar tecido com fornecimento insuficiente de sangue ou certos tipos de bactérias, assim como distinguir os tipos de carne que estão a ser cortados.
Veja aqui o iKnife em ação:
Adriano Padilha, ZAP