Um biorreator de algas pode ser mais eficiente do que árvores no que toca à remoção de dióxido de carbono do ar. Esta tecnologia pode ser uma solução mais prática no combate às alterações climáticas.
Não são apenas as árvores que conseguem combater as alterações climáticas removendo o dióxido de carbono. Também as algas têm esta capacidade e podem desempenhar um papel importante para inverter a crise ambiental. As algas marinhas também ajudam a mitigar a acidificação e a desoxigenação do mar.
Com tanto potencial à vista, os cientistas aproveitaram para desenvolver um biorreator de algas. A tecnologia foi desenvolvida pela Hypergiant Industries e alia estes organismos a um sistema de aprendizagem automática. A empresa garante que o biorreator tem capacidade para remover tanto dióxido de carbono como meio hectares de árvores.
Com menos de dois metros de largura e pouco mais de dois metros de comprimento consegue, segundo as estimativas, recolher duas toneladas de dióxido de carbono.
“Estamos a pensar em soluções para as alterações climáticas num âmbito muito restrito”, disse o CEO da Hypergiant Industries, Ben Lamm, em declarações à Inverse. “As árvores fazem parte da solução, mas existem muitas outras soluções biológicas que são úteis. As algas são muito mais eficazes do que as árvores na redução de carbono na atmosfera e podem ser usadas para criar combustíveis, plásticos, têxteis, alimentos, fertilizantes e muito mais”.
Apesar dos esforços em utilizar energias renováveis, as emissões de dióxido de carbono aumentaram no ano passado — pelo que se exige um maior comprometimento e, quem sabe, novas soluções. O biorreator de algas pode ser uma delas, já que ocupa muito menos espaço do que as árvores e consegue ser mais eficiente.
Para a sua sustentabilidade, as algas precisam de luz, água e dióxido de carbono. “Um dos nossos biorreatores retira a mesma quantidade de carbono da atmosfera que meio hectares de árvores. Com dispositivos suficientes, poderíamos tornar cidades inteiras neutras em carbono ou até mesmo negativas, a uma taxa muito mais rápida do que a das árvores. Este é o sonho: cidades respiráveis e habitáveis para todos e agora”, atirou Lamm.
O CEO da empresa norte-americana disse ainda que o protótipo atual permite ser incorporado nos sistemas de ar condicionado para limpar o ar dentro de escritórios. A ideia, segundo explica a Inverse, é fornecer os planos a comunidades entusiastas que pretendam desenvolver biorreatores mais pequenos para uso doméstico.