Aaron Traywick, CEO da startup de biohacking Ascendance Biomedical, foi encontrado morto num tanque de flutuação de um spa em Washington, nos EUA, de acordo com informações passadas por e-mail pela família ao Live Science.
Aaron Traywick tornou-se famoso depois de se ter injetado com um tratamento caseiro para a herpes, levantando um alerta contra medicamentos caseiros por parte da FDA, a agência que regula os medicamentos nos EUA.
Traywick, de 28 anos, foi encontrado no tanque de flutuação, uma pequena câmara à prova de som com água salgada à temperatura corporal, usada para privar o corpo de sensações. Este tipo de tanque é usado em terapias alternativas para alívio de stress, dores corporais e hipertensão.
A polícia local ainda está a investigar a morte, mas até agora não foram encontrados indícios de crime.
Traywick, CEO da Ascendance Biomedical, tornou-se conhecido em outubro de 2017, quando fez uma demonstração ao vivo de um suposto tratamento para HIV com terapia genética.
Na altura, Tristan Roberts, um voluntário com HIV positivo, recebeu o “tratamento”. Mas um mês mais tarde Roberts revelou que a carga viral do seu corpo tinha aumentado em vez de diminuir.
Imediatamente após esta demonstração, a FDA publicou um alerta sobre terapias genéticas não testadas. “A FDA sabe que produtos de terapia genética em kits faça você mesmo para auto-aplicação estão a ser vendidos ao público. A venda desses produtos é contra a lei. A FDA está preocupada com os riscos envolvidos”, lia-se na nota da agência reguladora.
Traywick e Roberts, porém, não cometeram nenhum crime, uma vez que tinham realizado auto-experimentação e não venda do produto. Alguns meses mais tarde, em fevereiro de 2018, Traywick injetou-se com uma solução para tratamento de herpes criado com os materiais do kit da empresa.
Traywick e a sua empresa incentivavam que os próprios clientes criassem formas de se tratarem das doenças. O empresário e biohacker acreditava que a auto-terapia genética era um acto político, por entregar ao paciente o poder da cura, sem depender de médicos e laboratórios.
A Ascendance, que afirma que não tinha contacto com Aaron desde o final do mês de março, tornou pública uma nota sobre o seu falecimento, não qual declara que o seu CEO era um “visionário apaixonado que trabalhava pela democratização medicina”.
ZAP // HypeScience / LiveScience
Se os especialistas já se vêem à rasca para criar um medicamento, como vão um mecânico ou uma empregada de escritório cozinhar uma cura qualquer?
Infelizmente, a indústria farmaceutica não procura a cura, pois o tratamento é muito mais rentável do que a cura em si…
Não sou a favor de que todos comecemos a procurar soluções para os mistérios do infinito, quando não temos sequer noções do básico, mas aplaudo as iniciativas de quem tem alguns conhecimentos e quer dar esse passo mais além. Afinal, foi assim que tudo começou, quando os interesses eram mais puros e menos comerciais…
O Sr. Aaron Traywick, procurou (bem ou mal) seguir esse caminho. Resta saber, se foi isso que o matou (ou se foi uma indústria gananciosa que o viu chegar perto demais da solução para os problemas que não se querem resolvidos…). Acho que, na verdade, nunca o saberemos…