FIlipe Amorim / Lusa
Alegados prejuízos de 80 milhões de euros, capital da SAD passa para metade – mas o clube pergunta quem encomendou esta análise.
Este sábado é dia de jogo complicado para o Benfica, que vai jogar nos Açores diante do perigoso Santa Clara, que está no 5.º lugar.
No entanto, o assunto nas últimas horas na Luz é um estudo que avisa que, caso a gestão financeira não mude (sucesso desportivo não chega), em breve o Benfica correrá o risco de não cumprir a Regra de Rendimento Agregado de Futebol da UEFA — o antigo “Fair Play financeiro”.
O cenário base do estudo, e numa hipótese de o Benfica não se apurar para a próxima edição da Liga dos Campeões, o incumprimento vai surgir já no final da próxima época. Num cenário mais optimista, o incumprimento seria no final da temporada seguinte, em 2027.
Isto porque, continua o estudo citado no ECO, a Benfica SAD acumulou prejuízos de 80 milhões de euros e duplicou a dívida líquida.
O passivo cresceu 157 milhões de euros (48%) e a dívida líquida aumentou cerca de 100 milhões de euros.
O capital próprio da SAD caiu para metade nos últimos quatro anos, baixando 80 milhões de euros.
A análise também indica que, nos últimos três anos, por cada euro ganho entre compras e vendas, apenas 15 cêntimos entraram nas contas da Luz.
Dúvidas
O Benfica já reagiu e garante que o estudo deve ser ignorado: “É totalmente falso que o Benfica esteja em qualquer risco de ser sancionado em matéria de Financial Sustainability. O Benfica nunca recebeu qualquer alerta ou multa da UEFA sobre este tema”.
Logo no início do comunicado, o clube lisboeta escreve que este estudo é “irresponsável, superficial e confunde conceitos básicos de gestão desportiva e económica”.
O Benfica alega que os Reportes Oficiais da UEFA não foram sequer consultados para esta análise.
Depois, as dúvidas: “É de particular relevância que um estudo anunciado como universitário tenha sido apresentado não na universidade, mas numa sala pequena de uma unidade hoteleira de luxo”.
“Importa ainda clarificar quais os benfiquistas que encomendaram este estudo e quem o terá financiado”.
O estudo foi de facto pedido por vários sócios do Benfica e o principal promotor foi Marco Galinha, conhecido empresário, director do grupo Bel e accionista da Global Media.
A análise foi feita e apresentada por João Duarte, professor associado da Nova SBE, e Adrian da Hora Filho, especialista em finanças. Os autores revelaram que se basearam em dados públicos entre 2010 e 2024.
