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Benfica goleia Arouca e reforça liderança

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O Benfica goleou este domingo o Arouca por 4-0, em jogo da sétima jornada da Primeira Liga, mas resultado é enganador e valeu-lhe Talisca, cujo talento individual desequilibrou para os “encarnados”.

Foi o brasileiro a romper a organização defensiva do Arouca a um quarto de hora do fim, ao pegar na bola, rodar, tabelar com Derley, receber mais à frente e finalizar com qualidade, num remate com o pé direito.

Este golo abriu caminho a um triunfo e revirou um jogo até aí muito complicado para o Benfica, por mérito do Arouca, mas, sobretudo, por demérito dos “encarnados”, que na primeira parte viram a equipa nortenha controlar o seu volume ofensivo e criar quatro oportunidades flagrantes, salvas por Artur.

Perante um adversário mais forte e com outra qualidade na finalização, o Benfica teria estado em sérios apuros para evitar uma derrota.

Só na primeira parte, o Arouca esteve muito perto de marcar aos 10, 24, 27 e 38 minutos, lances em que a intervenção do guarda-redes Artur foi determinante, enquanto o Benfica teve o seu primeiro lance mais perigoso aos 35, num remate de fora da área de Talisca, que passou muito perto do poste.

De resto, o brasileiro foi uma exceção numa equipa que andou toda a primeira parte sem conseguir fluir o jogo, a cair sistematicamente nas iniciativas individuais, com o meio campo desligado dos dois homens da frente e a cometer erros posicionais defensivos, sobretudo pelo flanco esquerdo – Elizeu e Lisandro -, razão pela qual todos os lances de perigo do Arouca nasceram por esse lado.

O treinador do Arouca não deu a Jorge Jesus o que este pretendia, ao jogar com uma dupla de pontas de lança, ao não destacar nenhum dos médios defensivos – Bruno Amaro e David Simão – para descer na marcação a um dos avançados, deixando os centrais “sem rede” na marcação a Lima e Derley, mas estes foram sempre chegando e sobrando para as encomendas porque a bola não chegava ou chegava em más condições à frente.

O problema esteve sempre no meio campo, visto que Gaitán, muito desinspirado, caiu sempre em zonas interiores, sem nunca conseguir criar linhas de passe ou desequilíbrios, para as subidas de Eliseu, que abria buracos nas costas bem explorados pelo Arouca e pela ausência de compensações da linha média “encarnada”, onde o seu jogador posicionalmente mais recuado, Samaris, não tem perfil de marcação e ainda revela estar pouco integrado no sistema de jogo da equipa.

Na segunda parte, Jesus tirou Gaitán para lançar Ola John sobre a faixa esquerda, para dar mais amplitude aos movimentos ofensivos e não arriscar tanto com as subidas de Eliseu, até porque o Arouca já provara que podia fazer mossa.

O cariz da partida não se alterou muito, o Benfica previsível, desligado, sem soluções, a viver das arrancadas de Talisca, muitas vezes paradas em falta pelo Arouca, dando a sensação de que os “encarnados” só chegariam eventualmente ao golo num lance de bola parada.

Mesmo assim, a primeira oportunidade da segunda parte pertenceu ao Arouca, com Nildo a ir à linha oferecer o golo a André Claro, mas este a rematar ao lado, num detalhe que faz a diferença entre os jogadores das equipas pequenas e grandes.

Um minuto depois, Derley falhou oportunidade soberana, até que surgiu o momento nuclear do jogo, quando Talisca pegou na bola, desenvencilhou-se de um adversário, tabelou com Derley de costas para a baliza, foi buscar a bola ao espaço vazio e arrancou um pontapé soberbo com o pé direito que só parou no fundo das redes do excelente Goicoechea.

Faltava um quarto de hora para o fim, mas este golo abriu as portadas da defesa do Arouca, que assim que subiu um pouco mais para buscar o empate, viu o Benfica fazer mais três golos com um grau de eficácia excecional, por Derley, Salvio e até pelo reforço Jonas, que Jesus lançou à beira do intervalo por lesão de Lima – os dois últimos oferecidos por Ola John, que assim que o espaço surgiu viu a inspiração chegar-lhe.

Futebol 365

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