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Benfica 4 – 0 Lech Poznań | “Saco cheio” rumo ao apuramento

José Sena Goulão / Lusa

Um, dois, três e quatro. Foram estes os golos – apontados por Vertonghen, Darwin Núñez, Pizzi e Weigl – que o Benfica marcou na goleada que aplicou na noite desta quinta-feira ao Lech Poznań, num duelo relativo à quinta jornada do Grupo D da Liga Europa.

Com este resultado, os vice-campeões nacionais carimbaram presença nos 16 avos-de-final da prova. No outro jogo, o Rangers venceu o Standard Liège por 3-2, adiando para a última ronda as contas relativas a quem vencerá o grupo.

O jogo explicado em números

  • Duas novidades no “onze” das “águias” escolhido por Jorge Jesus. Chiquinho e Darwin Núñez substituíram Waldschmidt e Seferovic, duo que tinha iniciado o embate ante o Marítimo. O avançado uruguaio, que falhou os últimos três encontros da equipa – União Paredes (Taça de Portugal), Glasgow Rangers (Liga Europa) e Marítimo (campeonato) -, testou negativo ao Covid-19, tal como Weigl, que ficou no banco.
  • Dificuldades de um Benfica lento e previsível para acercar-se com perigo da baliza contrário nos primeiros 20 minutos. O Lech era agressivo e objectivo sempre que tinha a bola (54% da posse e um remate perigoso) e organizado quando tinha de defender. Aos 21 minutos, na primeira jogada gizada com velocidade e qualidade, Grimaldo cruzou, Pizzi rematou, Bednarek defendeu e, na sequência, Darwin, com tudo para marcar, atirou para as bancadas. Foram as primeiras finalizações feitas pelos anfitriões no interior da área polaca.
  • Em cima da meia-hora, Satka tirou o “pão”, a bola leia-se, dos pés de Darwin. Os lisboetas já tinha mais remates (cinco contra um) e comandavam a posse de bola (52%), sendo que dos 190 passes, 165 (85%) chegaram ao destinatário. Gabriel, novamente aposta para actuar na zona mais recuada do meio-campo, era o jogador com a melhor avaliação neste período com um rating de 5.4, destacando-se a forma quase perfeita com que se destacou no capítulo do passe.
  • O minuto 36 foi sinónimo de golo. À sétima tentativa, e na segunda vez em que enquadrou um remate, o Benfica abriu a contagem por intermédio de Vertonghen, que através de um canto batido por Pizzi, subiu com afinco na zona do segundo poste e cabeceou de forma certeira. Foi o primeiro tento apontado pelo central belga desde que ingressou nas “águias”, proveniente do Tottenham.
  • Intervalo Vantagem “encarnada” ao cabo dos primeiros 49 minutos de acção, graças a um cabeceamento de Vertonghen. A equipa de JJ demorou a entrar no encontro, lenta, previsível e sem ideias, apenas depois dos 20 minutos é que conseguiu carburar, fase em que foi mais afoita e conseguiu pressionar um pouco melhor o Lech e chegando ao golo numa fase em que já dominava, mas sem nunca ter sido avassaladora. O autor da finalização que ditava leis, Vertonghen, era o MVP da primeira metade com um GoalPoint Rating de 7.0, fruto do golo que apontou, das 39 acções com a bola que teve e somando, ainda, quatro recuperações da posse, dois desarmes e um alívio.
  • Pizzi poderia ter feito o segundo em duas ocasiões (46’ e 48’), mas não conseguiu atingir os seus intentos. Chiquinho (53’) também tentou a sua sorte, mas o remate saiu ao lado. As “águias” já acumulavam 12 remates (dois enquadrados), contra os dois que tinham os visitantes (um em direcção ao alvo).
  • E aos 57 minutos chegou o segundo golo do Benfica, a culminar um excelente entendimento entre Pizzi e Darwin Núñez, que finalizou a preceito e alcançou o quinto tiro certeiro na competição, sendo que quatro foram ante os polacos.
  • E instantes depois, houve mais motivos de festa em tons “vermelhos”: Pizzi, após assistência de Rafa, rematou cruzado e assinou o 3-0 aos 58 minutos. A seguir, Jorge Jesus fez três mudanças no xadrez, saíram Chiquinho, Pizzi e Darwin e entraram Weigl, Waldschmidt e Seferovic.
  • Com uma almofada confortável no marcador, o Benfica ia gerindo as incidências (57% da posse, três cantos, oito remates e apenas um drible falhado em 11 tentados) e “cheirava” o golo sempre que acelerava. A mais flagrante situação foi uma ocasião desperdiçada por Seferovic (84′) quando tinha apenas pela frente o guardião Bednarek. O lado direito era o mais accionado nas investidas ofensivas com 41%, seguindo-se o corredor central (30%) e o flanco direito com 29%.
  • Primeiro ameaçou e depois, do meio da rua, concretizou. Weigl subiu no terreno e sem pestanejar desferiu uma “bomba” que apenas parou no fundo da baliza dos polacos. Foi o primeiro “tento” do alemão esta época, ele que procura ser uma opção mais regular para Jorge Jesus no que diz respeito a uma vaga no “onze” inicial, e o 16.º dos benfiquistas nestas cinco jornadas da Liga Europa.
  • Antes do apito final, Ramirez ainda tentou reduzir a desvantagem do Lech, mas a bola embateu na trave. No fecho de contas, o Benfica chegou ao 25º duelo sem perder em casa, um recorde na competição. 

O melhor em campo GoalPoint

Mudam os treinadores, mas Pizzi continua a ser preponderante do Benfica. Foi assim com Jorge Jesus, ocorreu o mesmo com Rui Vitória, seguiu o mesmo no reinado de Bruno Lage e parece que continuará neste regresso de Jorge Jesus à Luz.

O “mal amado” vai calando os críticos com golos e assistências.

Nesta noite deu continuidade à boa exibição que realizou frente ao Marítimo, marcando um golo e bisando no que concerne às assistências. O GoalPoint Rating de 8.6 não deixa margem para dúvidas. Além do que já foi referido, registou durante os 58 minutos em que jogou, quatro remates, dois dos quais enquadrados, seis passes para finalização, seis passes valiosos (decisões certos feitas a menos de 25 metros da baliza), sete acções com a bola dentro da área do Lech e 46 acções com o esférico.

Jogadores em foco

  • Gabriel 7.6 – Exibição positiva do brasileiro, que apenas não teve outra nota pela forma como desperdiçou algumas bolas – 12 passes falhados em 74 (84% de eficácia) e 14 perdas da posse -, de resto, esteve bastante envolvido nas dinâmicas da equipas, com especial enfoque para os seis desarmes efectuados, as dez recuperações de bola feitas e os quatro dribles certos em outras tentativas.
  • Vertonghen 7.5 – Abriu a contagem no único remate – Jorge Jesus até lançou “um foguete” – que fez e nas poucas vezes em que foi chamado à acção, respondeu à altura: dois desarmes e três alívios. Destaque também para os 12 passes progressivos eficazes.
  • Rafa Silva 7.5 – O jogador do Benfica mais regular desde o início da temporada. Ofereceu o 3-0 a Pizzi, falhou apenas quatro dos 45 passes tentados (91%), foi o elemento em cena com mais acções com a bola na área (cinco) e ainda teve energia para fazer cinco recuperações de bola e espantosos oito desarmes, máximo da ronda.
  • eigl 6.9 – Com fome de bola, após algumas semanas de fora, o alemão entrou com “a corda toda” e aproveitou a preceito os 31 minutos em jogou. Marcou um belo golo, registou 42 acções com a bola, duas recuperações e dois bloqueios a remates do adversário. Será que foi um grito do alemão em busca de recuperar a titularidade perdida?
  • Darwin Núñez 6.5 – Quatro remates, um enquadrado, um golo, dois passes para finalização, uma ocasião flagrante criada, sete acções com a bola no interior da área polaca, três dribles certos em quatro e uma certeza: em forma, é “ele e mais dez” no “onze” benfiquista.
  • Butko 6.2 – Foi o jogador do Lech Poznań com melhor nota esta noite. Dos seus dados, nota para um remate, dois passes para finalização, cinco passes longos correctos, dez passes progressivos certos e duas variações de flanco feitas correctamente.

Resumo

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