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Benfica 2-1 Portimonense | Rafa embala “águia” masoquista

O Benfica regressou às vitórias depois de ter derrotado o Portimonense nesta terça-feira por 2-1, num embate a contar para a 11.ª jornada do campeonato.

Graças aos golos de Darwin Núnez e de Rafa, que embalaram os encarnados que voltaram a mostrar uma dupla face masoquista, o conjunto lisboeta recuperou a vice-liderança e voltou a ficar a dois pontos do Sporting. Por sua vez, a equipa visitante prossegue no último lugar com apenas oito pontos em 11 partidas.

 

O jogo explicado em números

  • “Em que equipa que perde…”. Jorge Jesus não mexeu e apostou rigorosamente no mesmo “onze” que defrontou o FC Porto na Supertaça. Já Paulo Sérgio mudou uma peça em relação ao empate a zero da última jornada ante o Famalicão, com a entrada de Fali Candé e a saída de Anderson Oliveira.
  • Ascendente inicial do conjunto anfitrião. Mais rápidos a decidir e incisivos na recuperação, os comandados de JJ iam começando a asfixiar o último reduto contrário. Waldschmidt ameaçou logo ao minuto dois, Darwin falhou o mais fácil aos 11, mas dois minutos volvidos, a culminar excelente triangulação, que também envolveu o internacional alemão e Rafa, o ponta-de-lança uruguaio finalizou com acerto e fez o 1-0. O número “9” não marcava há seis jogos consecutivos e chegou aos sete tentos esta época, o segundo na Liga.
  • Ao sétimo remate (quarto enquadrado), as “águias” ampliaram o “score” à passagem do minuto 23, num lance novamente desenhado pelo tridente: Waldschmidt na construção, Darwin, de calcanhar, assistiu e Rafa não vacilou e carimbou o terceiro golo na temporada (terceiro na prova).
  • Além da vantagem no marcador, o Benfica dominava o encontro em toda a linha, acumulava mais remates (sete “versus” dois), tinha mais posse de bola (57%), mais cantos (2-0), mais passes feitos 172 (146 certos e eficácia de 85%) contra 120 (93, 78% de eficácia). Rafa, um golo, uma assistência, três passes para finalização, três passes valiosos (decisões certas a menos de 25 metros da baliza), oito acções com a bola dentro da área, quatro dribles eficazes em seis tentados e duas faltas sofridas era, sem margem para dúvidas, o elemento em destaque nesta fase com um GoalPoint Rating de 7.8.
  • O lance mais perigo do emblema de Portimão surgiu a quatro minutos do descanso, quando Lucas Possignolo, na cobrança de um livre, atirou com força e viu a bola passar na zona das malhas laterais. A equipa de Paulo Sérgio sentia inúmeras dificuldades para construir lances ofensivos, ora não tendo antídotos para ultrapassar a primeira fase de pressão adversária, ora decidindo mal nas parcas vezes em que se aproximava da área de Vlachodimos.
  • Vantagem justa dos “encarnados” ao cabo dos primeiros 45 minutos de acção no Estádio da Luz. Sem “dar de avanço”, os lisboetas cedo começaram a criar lances de ataque fruto da boa circulação do esférico e da forma como conseguiram pressionar o último reduto contrário. Nesta etapa, Rafa era o MVP com GoalPoint Rating de 7.8, que premiava a preponderância do extremo português na partida. Rápido, acutilante e decisivo, assim esteve o camisola “27”.
  • Duas alterações promovidas por Paulo Sérgio ao intervalo, Fabrício e Fali Candé foram substituídos por Beto e Anderson Oliveira. A verdade é que houve mais Portimonense no reinício, e em apenas oito minutos fez o mesmo número de remates (três) que os realizados em toda a primeira metade. O problema é que deixava mais espaços nas costas, que o Benfica espreitava aproveitar. Aos 53 minutos, por escassos centímetros, Waldschmidt não chegou a um centro de Darwin e, quatro minutos depois, o internacional uruguaio rematou e a bola embateu no poste direito da baliza defendida por Samuel.
  • Na resposta, Luquinha desperdiçou por poucos centímetros o golo, decorria o minuto 71. A equipa forasteira era a melhor neste período, com 58% da posse de bola e com mais tentativas de visar o alvo, quatro (um tiro enquadrado) contra apenas uma dos donos da casa.
  • Num curto espaço de tempo (80’,  81’ e 86′), Pedrinho, Otamendi e Nuno Tavares ficaram próximos do terceiro golo. Pelo meio, Samuel foi lesto a sair dos postes, impedindo que a bola cruzada por Nuno Tavares chegasse aos pés de Rafa.
  • O Benfica colocou-se “a jeito” – lento, sem ideias e passivo – e acabou por ser punido já no período de descontos. Beto surgiu na zona do segundo poste e diminuiu a desvantagem de cabeça, deixando o encontro num turbilhão. Mas já era tarde para mais.
  • Foi a quarta vitória consecutiva dos vice-campeões nacionais na Liga NOS, que mantiveram a tradição de marcar em todas as vezes em que defrontaram em casa o Portimonense. Por sua vez, os algarvios” apenas triunfaram num dos últimos oito duelos em que participaram e somaram o quinto desaire de rajada fora de portas.

António Cotrim / Lusa

O melhor em campo GoalPoint

Após algumas exibições desinspiradas, Rafa voltou à “bitola” que tem apresentado no decurso desta temporada e foi o melhor elemento em cena no palco da Luz. Sempre ligado à corrente, foi importante a defender e saíram dos seus pés quase todas as situações perigosas.

Ao todo, o extremo luso apontou um golo, no único remate que fez, registou uma assistência, três passes para finalização, cinco passes valiosos (máximo neste jogo), foi também quem mais protagonizou acções com a bola na área do Portimonense (oito), tentou o drible em 12 ocasiões e acertou sete.

Além disso, foi importante a defender, acumulando oito recuperações, e sofreu cinco faltas. A rever, os cinco maus controlos do “esférico” que apresentou.

Jogadores em foco

  • Taarabt 6.8 – Ao contrário do jogo cinzento em Aveiro, desta feita o marroquino esteve num bom plano e foi peça importante. Gizou dois passes para finalização, não falhou nenhum dos dois dribles que fez, mas na retina ficaram as 14 recuperações de posse que realizou, os quatro desarmes e as três intercepções. Mesmo assim, terá de rever a forma como arrisca em zona proibitiva em situações em que poderia e deveria ser mais pragmático.
  • Moufi 6.3 – Começou por sentir dificuldades, mas com a passagem dos minutos foi ganhando confiança. De realçar, os três passes para finalização feitos, dois cruzamentos e quatro acções defensivas. Foi o melhor dos algarvios.
  • Samuel 6.2 – Jogo ingrato do guardião, que não teve culpas em nenhum dos dois golos que sofreu. Foi ainda a tempo de fazer quatro defesas, duas das quais em remates que ocorreram no interior da área do Portimonense.
  • Grimaldo 6.0 – O espanhol esteve seguro a defender (seis recuperações, dois desarmes e dois alívios) e influente ofensivamente, com dois passes para finalização e três passes valiosos. Saiu aos 75 minutos, esgotado, mas com o dever cumprido.
  • Beto 5.9 – Alto e móvel, deu algumas dores de cabeça aos defensores contrários. Não falhou nenhum dos cinco passes feitos e foi 100% eficaz no remate, com um golo.
  • Darwin Núnez 5.2 – O uruguaio pecou por falhar quase sempre no momento da decisão, ora quando teve de rematar, ora quando teve de assistir os colegas – somou 14 perdas de bola em 34 posses. Quando conseguir fazê-lo com outra eficácia, será (ainda) mais perigoso. Da sua folha de registos, menção para quatro remates, um golo (xG de 1,2), oito acções com o esférico na área do Portimonense.

 

Resumo

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