As autoridades belgas chegaram, esta quinta-feira, a consenso sobre o acordo de comércio livre da União Europeia (UE) com o Canadá, anunciou o primeiro-ministro do país, Charles Michel.
A Bélgica conseguiu fechar um acordo sobre o tratado de comércio entre a União Europeia com o Canadá, depois do parlamento da região francófona da Valónia ter rejeitado o acordo devido às preocupações com o impacto na qualidade do emprego e do ambiente.
Ultrapassado o ‘veto’ da Valónia, os textos acordados hoje, pelas 12:00 locais (11:00 de Lisboa), serão transmitidos diretamente ao presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, e à Comissão Europeia.
“É um acordo muito importante para os negócios, para a atividade económica. Um acordo que significa 12 mil milhões de euros”, comentou Charles Michel, acrescentando que a última palavra pertence aos parlamentos do país.
Os parlamentos das várias regiões belgas deverão reunir-se entre sexta-feira e sábado de manhã.
No total, a Bélgica conta com sete assembleias eleitas: o Senado e a Câmara dos Representantes, ao nível federal, e os parlamentos da Flandres, Valónia e Bruxelas-Capital, comunidade francesa, também conhecida como “Federação Valónia-Bruxelas”, e comunidade germanófila.
O texto terá ainda de ser aprovado por todos os Estados-membros da UE, antes de o Comprehensive Economic and Trade Agreement (CETA) ser validado, ao fim de sete anos de negociações.
Na quarta-feira, o presidente do Conselho Europeu afirmou que a “UE ainda não está pronta a assinar o acordo com o Canadá, mas as conversações prosseguem na Bélgica” e, “no final do dia, só os belgas podem decidir sobre a posição da Bélgica”.
Donald Tusk insistiu que se a União Europeia não for capaz de “fechar” um acordo de livre comércio com o Canadá, “o país mais europeu fora da Europa, e um aliado e amigo próximo, há óbvias consequências para a posição global da UE”.
ZAP / Lusa