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À beira da morte. Estudo tenta revelar mistérios do “outro lado” da vida

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Um estudo recente indica que uma em cada dez pessoas passam pelas chamadas experiências de quase-morte (EQM).

As místicas experiências nas quais as pessoas relatam uma variedade de sintomas espirituais e físicos – como sensações extracorpóreas, alucinações visuais ou auditivas, pensamentos acelerados e distorção do tempo – afetam aproximadamente 10% da população, de acordo com novo estudo que analisou participantes de 35 países.

Estas experiências, conhecidas como experiências de quase-morte (EQM), são igualmente comuns em pessoas que não estão em perigo iminente de morte e em pessoas que já passaram por situações de risco, como um ataque cardíaco ou um acidente rodoviário grave.

As mais recentes descobertas foram apresentadas no 5.º Congresso da Academia Europeia de Neurologia por investigadores do Hospital Universitário de Copenhaga e da Universidade de Copenhaga, na Dinamarca; do Centro de Investigação de Acidentes Cerebrovasculares, em Berlim Berlim (Alemanha) e da Universidade Noruegusa de Tecnologia em Trondheim.

A equipa de cientistas recrutou 1.034 participantes de 35 países e as experiências mais relatadas incluíram a perceção anormal do tempo (87%), velocidade de raciocínio excecional (65%), sentidos excecionalmente vívidos (63%) e a sensação de estar fora do corpo (53%).

O grupo que relatou ter vivido estas experiências de quase-morte contou que, na maioria das vezes, se sentiram totalmente em paz e seguros, cientes de que estavam fora do seu corpo. Outros disseram ter sentido a presença de outra pessoa antes de adormecer, e um peso no peito que os impossibilitava de mover.

EQM e REM

De todos os participantes do estudo, um total de 289 pessoas relataram já ter tido uma experiência deste género. Destas 186 atingiram o nível 7 na escala de Greyson, o que confirma uma experiência verdadeira.

Apesar de algumas pessoas terem tido uma experiência de EQM positiva, a maioria delas (73%) admite que esta é uma experiência desagradável. No entanto, entre os participantes que registaram o nível 7 na escala de Greyson, 53% disseram ter tido uma experiência agradável.

Com base em informações obtidas em estudos anteriores, os cientistas descobriram uma associação entre as EQMs e o Rapid Eye Movement (REM) durante o sono. O sono REM é uma fase do ciclo em que os olhos se movem muito rápido. Nesta fase, o cérebro está muito ativo, os sonhos são mais reais e grande parte das pessoas experiencia um estado de paralisia temporária.

Quando o sono REM é interrompido, algumas pessoas relatam alucinações visuais e auditivas e outros sintomas como paralisia do sono (estão conscientes, mas são incapazes de se mexer).

“A nossa principal descoberta é a confirmação da associação de experiências de quase-morte com a interrupção do sono REM”, escreveram os autores. A interrupção desta fase do sono foi mais comum em pessoas com níveis de 7 ou mais na escala Greyson (47%) do que em pessoas com níveis de 6 ou menos (26%).

O La Razon esclarece que a associação não é de causalidade. Apesar disso, identificar os mecanismos fisiológicos que estão por trás da intrusão do sono REM poderia ajudar-nos a entender melhor as experiências de quase-morte, remata o principal autor do estudo, o neurologista Daniel Kondziella.

3 Comments

  1. Não tentem explicar a consciência com o cérebro, que não vão longe. Não se explica a causa tratando-a como um efeito. Não se explica o “supra-set” com o “sub-set”. Isto é como tentar descrever o conjunto dos números Reais, usando o conjunto dos números inteiros.

    O cérebro não cria a consciência. A consciência é que cria o cérebro assim como toda a realidade que experiênciamos, incluindo o nosso corpo físico, que inclui o cérebro.

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