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Bebés que tomam antibióticos correm maiores riscos de sofrer diabetes

maunzy / Flickr

Tomar antibióticos antes dos 3 anos de idade torna as crianças mais propensas a desenvolverem diabetes. É o que conclui um estudo divulgado nesta semana.

De acordo com a pesquisa da Faculdade de Medicina da Universidade de Atenas, na Grécia, os bebés até aos 3 anos de idade que tomam antibióticos de forma repetida têm um risco acrescido de desenvolver pré-diabetes na adolescência.

Tal acontece porque este tipo de medicamentos perturba o normal equilíbrio bacteriano do sistema digestivo.

Os dados divulgados durante o encontro anual da Sociedade Internacional de Endocrinologia, no passado dia 3 de Abril, em Boston, nos EUA, onde se apresentou a pesquisa centrada no historial da toma de antibióticos e no estudo dos ecossistemas intestinais de jovens entre os 12 e os 17 anos.

Os resultados revelaram uma associação entre a toma dos medicamentos por mais de três vezes, nos primeiros três anos de vida, e a pré-diabetes.

Estas crianças também revelaram a diminuição das colónias da bactéria Ruminococcus, que é essencial à manutenção e nutrição da flora intestinal.

“O consumo acrescido de antibióticos até aos 3 anos de idade parece fazer decrescer as bactérias benéficas dos intestinos e alterar a absorção de nutrientes e o metabolismo.

Isto pode levar a pré-diabetes, um estágio prematuro de alto risco de Diabetes Tipo 2“, refere a autora principal do estudo, Charikleia Stefanaki, em declarações ao Science Daily.

Uma pessoa com pré-diabetes tem níveis de açúcar no sangue superiores ao que o normal, mas não altos o suficiente para se poder falar em diabetes.

Esta ccondição significa que há um risco acrescido de sofrer de diabetes tipo 2 – as estatísticas apontam que 30% dos pré-diabéticos desenvolvem diabetes.

“Os antibióticos devem ser administrados apenas quando são realmente indicados”, acrescenta a investigadora grega.

Os micróbios do intestino são um ‘órgão’ delicado, frequentemente negligenciado pela comunidade médica que produz vitaminas, hormonas e micro-nutrientes, que interage com o sistema nervoso do intestino e que influencia a resposta imune do intestino”, conclui Stefanaki.

A toma de probióticos pode ajudar a restaurar a flora intestinal, recomendam os investigadores.

SV, ZAP

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