Tomar antibióticos antes dos 3 anos de idade torna as crianças mais propensas a desenvolverem diabetes. É o que conclui um estudo divulgado nesta semana.
De acordo com a pesquisa da Faculdade de Medicina da Universidade de Atenas, na Grécia, os bebés até aos 3 anos de idade que tomam antibióticos de forma repetida têm um risco acrescido de desenvolver pré-diabetes na adolescência.
Tal acontece porque este tipo de medicamentos perturba o normal equilíbrio bacteriano do sistema digestivo.
Os dados divulgados durante o encontro anual da Sociedade Internacional de Endocrinologia, no passado dia 3 de Abril, em Boston, nos EUA, onde se apresentou a pesquisa centrada no historial da toma de antibióticos e no estudo dos ecossistemas intestinais de jovens entre os 12 e os 17 anos.
Os resultados revelaram uma associação entre a toma dos medicamentos por mais de três vezes, nos primeiros três anos de vida, e a pré-diabetes.
Estas crianças também revelaram a diminuição das colónias da bactéria Ruminococcus, que é essencial à manutenção e nutrição da flora intestinal.
“O consumo acrescido de antibióticos até aos 3 anos de idade parece fazer decrescer as bactérias benéficas dos intestinos e alterar a absorção de nutrientes e o metabolismo.
Isto pode levar a pré-diabetes, um estágio prematuro de alto risco de Diabetes Tipo 2“, refere a autora principal do estudo, Charikleia Stefanaki, em declarações ao Science Daily.
Uma pessoa com pré-diabetes tem níveis de açúcar no sangue superiores ao que o normal, mas não altos o suficiente para se poder falar em diabetes.
Esta ccondição significa que há um risco acrescido de sofrer de diabetes tipo 2 – as estatísticas apontam que 30% dos pré-diabéticos desenvolvem diabetes.
“Os antibióticos devem ser administrados apenas quando são realmente indicados”, acrescenta a investigadora grega.
“Os micróbios do intestino são um ‘órgão’ delicado, frequentemente negligenciado pela comunidade médica que produz vitaminas, hormonas e micro-nutrientes, que interage com o sistema nervoso do intestino e que influencia a resposta imune do intestino”, conclui Stefanaki.
A toma de probióticos pode ajudar a restaurar a flora intestinal, recomendam os investigadores.
SV, ZAP