Uma equipa de investigadores percebeu que beber café pode ajudar a manter as pessoas acordadas, mas não melhora a execução de tarefas cognitivas que exigem uma maior concentração.
O estudo, que envolveu 276 participantes, comparou a capacidade de completar tarefas de dificuldade variada num momento em que os voluntários estavam despertos, e, mais tarde, depois de serem forçados a ficar acordados toda a noite no laboratório.
Alguns dos participantes receberam uma grande quantidade de cafeína antes de completar a tarefa pela segunda vez – ou seja, quando já estavam cansados – enquanto os outros receberam um comprimido de placebo. Mais tarde, os resultados foram comparados para perceber se a cafeína anularia o prejuízo causado pela falta de sono.
Os resultados, publicados no Journal of Experimental Psychology: Learning, Memory & Cognition, mostraram que a ingestão de cafeína ajudou o grupo a completar a tarefa, mas não melhorou a sua concentração e produtividade quando comparado ao grupo que não tomou nada.
“Descobrimos que a privação do sono prejudica o desempenho em ambos os tipos de tarefas e que a cafeína ajuda as pessoas a realizarem com sucesso a tarefa mais fácil. No entanto, teve pouco efeito no desempenho da tarefa de localização para a maioria dos participantes”, explica Kimberly Fenn, uma das autoras do estudo, em comunicado.
A investigadora frisa que “a cafeína pode melhorar a capacidade de permanecer acordado e realizar uma tarefa, mas não previne erros, como por exemplo acidentes de automóvel”.
Atualmente, não está claro por que razão a privação de sono prejudica tanto as tarefas cognitivas. Porém, escreve o IFL Science, está claro que resulta em pior memória de trabalho, atenção e tomada de decisões, o que significa que é vital para os indivíduos que tomam decisões importantes dormir bem.
Esta conclusão é sobretudo importante para médicos e cirurgiões, por exemplo, cujas longas horas de trabalho e condições stressantes tornam difícil ter um sono adequado.
“Se tivéssemos descoberto que a cafeína reduziu significativamente os erros de procedimento em condições de privação de sono, isso teria amplas implicações para os indivíduos que devem realizar procedimentos de alto risco com sono insuficiente, como cirurgiões, pilotos e policias”, refere Fenn.
Contrariamente, a especialista sublinha que as conclusões “ressaltam a importância de priorizar o sono”.
Já bebi vinte e dois cafés hoje.