Banco de Portugal deverá ir buscar 100 milhões de euros às caixas agrícolas

Mário Cruz / Lusa

O governador do Banco de Portugal, Carlos Costa

O Grupo Crédito Agrícola está a preparar a extinção do seu fundo próprio, o que implica a transferência de 100 milhões de euros para o Fundo de Garantia de Depósitos.

O Grupo Crédito Agrícola pode vir a abolir o Fundo de Garantia do Crédito Agrícola e a transferir cerca de 100 milhões de euros para o Fundo de Garantia de Depósitos (FGD) do setor, que passará a responsabilizar-se por reembolsar os seus clientes com depósitos até 100 mil euros, em caso de dificuldades.

Esta solução tem como objetivo colocar sob a alçada da mesma entidade – o FGD – todos os clientes bancários com depósitos até 100 mil euros constituídos em Portugal. Esta medida, avança o Público, está já a ser preparada há alguns meses entre o grupo bancário e a autoridade monetária, mas que até esta terça-feira não estava fechada.

O Fundo de Garantia de Depósitos, alimentado por quase todos os bancos, tinha no final do ano passado 1,5 mil milhões de euros. O Fundo de Garantia do Crédito Agrícola tem 350 milhões de euros que resultam das contribuições até agora mais elevadas do grupo de Licínio Pina. Ambos são geridos pelo Banco de Portugal.

Esta medida permitirá ao BdP gerir o sistema como um todo, melhorar a diversificação do risco e a gestão conjunta de recursos. Além disso, o diário adianta que esta medida facilita a vida ao grupo cooperativo obrigado a fazer contribuições mais elevadas (que a concorrência) para o FGCA.

Na prática, o Fundo de Garantia do Crédito Agrícola Mútuo, com 350 milhões de euros, extingue-se e os ativos terão de ser alocados.

A medida está a ser trabalhada com Licínio Pina, presidente do Crédito Agrícola, ainda não está fechada e deverá ter impacto neutro nas contas públicas.

ZAP //

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