Encontrado baú de armas nos destroços de um “castelo flutuante” naufragado no século XV

Florian Huber

A descoberta de uma arca com armas dá novas pistas sobre os métodos militares usados no mar no século XV.

Numa descoberta inovadora, arqueólogos subaquáticos suecos encontraram provas que podem mudar a nossa compreensão da guerra naval no final do século XV.

A equipa, liderada pelo arqueólogo marítimo Rolf Warming e pelo professor Johan Rönnby, investigou os destroços do Gribshunden, um navio de guerra real dinamarquês que se afundou em 1495 perto da cidade de Ronneby.

Este navio, também conhecido como o “cão de caça Griffin”, era um “castelo flutuante” que encontrou a sua morte devido a um incêndio, que se crê ter sido causado pelo manuseamento incorreto da pólvora.

A descoberta centrou-se em torno de uma arca que se crê conter ferramentas utilizadas para fabricar balas de chumbo para as primeiras armas de mão, um indício significativo da evolução das tácticas das batalhas navais, do combate corpo a corpo para a luta à distância com recurso a armas de fogo, aponta o Live Science.

Esta arca, encontrada submersa nos destroços, continha moldes para disparos de chumbo em forma de bola, placas de chumbo e cilindros provavelmente utilizados como recipientes de pólvora.

Estes objetos sugerem uma experimentação precoce da guerra com armas no mar, que Warming descreve como o início de uma “revolução militar no mar”. No entanto, só mais de um século depois é que estas tácticas se generalizaram.

O Gribshunden, que era o navio almirante do rei dinamarquês Hans, estava a regressar de Kalmar – um local chave no acordo da União de Kalmar do século XIV – quando se afundou.

A viagem do navio fazia parte de uma missão diplomática com o objetivo de persuadir a Suécia a aderir a esta união sob o domínio do rei Hans.

A descoberta levanta questões sobre as circunstâncias que rodearam o incêndio, incluindo uma possível sabotagem, dadas as tensões políticas e o número reduzido de soldados a bordo devido à natureza diplomática da missão.

Os autores utilizaram a fotogrametria para criar um modelo virtual 3D preciso do cofre de armas, ainda submerso, na esperança de recuperar e conservar o seu conteúdo em breve.

Para além do armamento, os arqueólogos descobriram também indícios de “plataformas de combate elevadas” incorporadas no navio, anteriores aos casos conhecidos de tais adaptações, que eram normalmente acrescentadas após a construção de um navio.

ZAP //

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