A nova bateria aproveita a hemoglobina para catalisar as reações eletroquímicas e produzir energia. A descoberta pode ser útil para situações que requerem uma compatibilidade biológica, como a produção de pacemakers.
Um estudo recente publicado na Energy & Fuels relata o desenvolvimento de uma bateria inovadora que aproveita a hemoglobina para catalisar reações eletroquímicas.
Esta bateria biocompatível permanece funcional entre 20 e 30 dias e representa um avanço significativo no campo do armazenamento de energia sustentável.
A hemoglobina, uma proteína crucial para o transporte de oxigénio no sangue, é utilizada em baterias de zinco-ar para facilitar a Reação de Redução de Oxigénio (ORR), um processo que converte energia química em energia elétrica.
Ao atuar como catalisador, a hemoglobina permite a redução do oxigénio por água no cátodo da bateria, libertando eletrões que oxidam o zinco no ânodo.
Este mecanismo não só evidencia as eficientes propriedades catalíticas da hemoglobina, mas também destaca o potencial da bateria para aplicações que requerem biocompatibilidade, como implantes médicos e pacemakers.
O desenvolvimento da bateria baseada em hemoglobina marca um passo crucial na busca por soluções energéticas mais sustentáveis.
As baterias de zinco-ar, conhecidas pelas suas vantagens ambientais em comparação com as baterias de íon de lítio prevalentes, são mais sustentáveis e resistentes a condições atmosféricas adversas.
A utilização da hemoglobina aumenta ainda mais esta sustentabilidade, tornando a bateria biocompatível e potencialmente utilizando proteínas derivadas de animais, explica o SciTech Daily.
Apesar da sua abordagem inovadora e vantagens, a equipa de investigação reconhece que há coisas a melhorar.
O design atual da bateria é básico e não recarregável, sendo importante identificar outra proteína biológica capaz de recarregar a bateria ao converter a água de volta em oxigénio. Além disso, a dependência da bateria do oxigénio limita a sua aplicação em ambientes sem oxigénio, como o Espaço.
A pesquisa abre no entanto novas vias para o desenvolvimento de baterias que sejam não apenas ambientalmente amigáveis, mas também compatíveis com o corpo humano.