Cientistas criaram baratas ciborgues telecomandadas com um painel solar às costas

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Ayaka Shida / Riken

As baratas ciborgues telecomandadas podem vir a ser usadas em missões de resgate. Funcionam através de energia solar e a bateria é recarregável.

Um ciborgue é um organismo dotado de partes orgânicas e robóticas. Embora sejam tipicamente associados à ficção científica, a realidade é que já há, em certa medida, ciborgues na vida real. Por exemplo, uma pessoa que perdeu um braço e colocou uma prótese robótica.

No entanto, a parte orgânica não tem necessariamente de ser um humano — pode ser um animal ou até um inseto. É com isto em mente que uma equipa de investigadores criou baratas ciborgues para ajudar a investigar zonas perigosas ou para apoiar missões de resgate em desastres naturais.

Os resultados do estudo foram recentemente publicados na revista npj Flexible Electronics e detalham o sistema criado para controlar remotamente as pernas da baratas.

A barata é equipada com uma espécie de mochila às costas, conectada ao seu sistema nervoso. O sistema tem cerca de 50 vezes a potência dos seus antecessores e é construído com células solares ultrafinas e flexíveis. O sistema é movido através de energia solar e é totalmente recarregável.

À distância, os cientistas conseguem controlar a barata. Basta pressionar um botão para enviar um choque para a mochila, que faz com que a barata se mova numa determinada direção, explica o portal CNET.

Os investigadores japoneses equiparam as baratas de Madagáscar, que têm cerca de seis centímetros de comprimento, com módulos de controlo telecomandados e pequenas mochilas impressas em 3D com baterias de lítio.

“Considerando a deformação do tórax e do abdómen durante a locomoção básica, um sistema eletrónico híbrido de elementos rígidos e flexíveis no tórax e dispositivos ultramacios no abdómen parece ser um projeto eficaz para baratas ciborgues”, diz Kenjiro Fukuda, coautor do artigo científico.

“Além disso, como a deformação abdominal não é exclusiva das baratas, a nossa estratégia pode ser adaptada a outros insetos como besouros, ou talvez até insetos voadores como cigarras no futuro”, acrescentou, citado pela Cosmos Magazine.

Nas experiências realizadas pelos investigadores, as baterias conseguiram durar 30 minutos e os cientistas conseguiram que as baratas virassem para a esquerda e para a direita através de controlos remotos.

Daniel Costa, ZAP //

1 Comment

  1. “pode ser um animal ou até um inseto” – people, por favor, estudem um bocadinho acerca dos temas que escrevem… ou será que as baratas mudaram de Reino?

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