Banqueiro da Operação Fizz oferece a casa para audição (porque não há Skype nos tribunais)

António Cotrim / Lusa

A Justiça angolana não tem condições para recolher as declarações do presidente do Banco Privado Atlântico (BPA), Carlos Silva, que está implicado na Operação Fizz. E o banqueiro disponibiliza a sua própria casa para a audição.

Carlos Silva foi mencionado por Orlando Figueira, ex-procurador do Ministério Público português arguido no caso, como o principal responsável pela sua saída do Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP). De acordo com Figueira, o banqueiro ofereceu-lhe um emprego em Angola.

O ex-procurador alega, deste modo, que Manuel Vicente, ex-vice-presidente angolano que também é arguido na Operação Fizz, por alegadamente ter subornado Figueira, nada tem a ver com a sua saída do DCIAP.

Perante estas declarações, os juízes do processo pretendem ouvir Carlos Silva, mas o banqueiro, que tem nacionalidade luso-angolana, reside em Luanda e já manifestou que não tem disponibilidade para prestar declarações presencialmente em tribunal.

Todavia, a possibilidade de o ouvir através do Skype, a partir de Angola, como pretendido pelos juízes, está a complicar-se porque a Justiça angolana alega que não tem condições para o permitir.

O Correio da Manhã teve acesso à resposta de Angola à carta rogatória enviada pela justiça portuguesa, para solicitar a inquirição de testemunhas angolanas através de Skype, na qual alega que não é possível responder a este pedido, “por inexistência de ferramentas adequadas, quer nas instalações da Procuradoria-Geral da República de Angola, quer nos tribunais”.

Assim, Carlos Silva, que também é vice-presidente do BCP, “informou o tribunal que disponibiliza a sua própria casa em Luanda para ser inquirido por videoconferência ou Skype”, salienta o jornal.

ZAP //

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