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Banca pressionada a socorrer Fundo de Resolução

António Pedro Santos / Lusa

O ministro das Finanças, João Leão.

A constituição de um sindicato bancário é uma hipótese que está a ser avaliada para financiar o Novo Banco. Os partidos de esquerda recusam um novo empréstimo ao banco.

Governo, bancos, Fundo de Resolução (FdR), auditores e o Banco de Portugal (BdP) estão a considerar uma alternativa de financiamento do Novo Banco, após os partidos de esquerda recusarem viabilizar um Orçamento do Estado com mais dinheiro para o antigo Banco Espírito Santo (BES). A outra opção pode passar pela constituição de um sindicato de bancos nacionais, avança o Jornal de Negócios.

Enquanto os partidos de esquerda recusam injetar mais dinheiro público no Novo Banco, o Governo defende que tem de cumprir o contrato que o Estado assinou. A líder bloquista, Catarina Martins, não só recusa um novo empréstimo como também rejeita impactos no défice.

O Negócios escreve que constituir um sindicato de bancos nacionais é mais viável do que procurar financiamento direto do Fundo de Resolução no mercado internacional. Os investidores sabendo que o Estado desonrou o contrato e recusou conceder um novo empréstimo pode tornar a operação demasiado cara ou até mesmo impraticável.

“Não haverá nenhumas condições para os bancos concederem empréstimos se tiverem de registar as provisões à cabeça”, diz uma fonte do mercado ao jornal. Assim sendo, os bancos querem a garantia de que o registo deste financiamento ao FdR vai sendo feito ano a ano.

Se este empréstimo for entendido como um custo para a banca, registado todo de uma só vez, os bancos prejudicam os seus próprios rácios de capital.

“Na prática, sendo o FdR financiado exclusivamente pela banca, os bancos emprestam dinheiro a eles próprios, de uma só vez, mas precisam de registar esse empréstimo a pouco e pouco”, explica outra fonte ouvida pelo Negócios.

Quando o Novo Banco foi vendido em 2017, o Fundo de Resolução ficou obrigado a fazer face a chamadas de capital de até 3,9 mil milhões de euros. Nos últimos anos, assim tem sido: em 2018, uma injeção de 792 milhões de euros; em 2019, uma injeção de 1.149 milhões; e este ano, uma de 1.035 milhões. Em 2021, o Novo Banco pode pedir um empréstimo de até 900 milhões de euros.

ZAP //

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