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Autoridades suíças “desbloqueiam” processo BES. Acusação sai esta semana (e tem mais de 3500 páginas)

José Sena Goulão / Lusa

A justiça enviou ao Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) no início deste ano dados sobre a investigação ao BES, o que permitirá a dedução da acusação do processo, avança o Correio da Manhã.

Depois de meses de resistência, as autoridades suíças enviaram para Portugal as informações pedidas, o que deverá permitir que a acusação do processo chegue ao fim.

A acusação deverá ser deduzida esta semana, escreve o matutino, detalhando que muitos arguidos, entre os quais o antigo banqueiro Ricardo Salgado, já foram confrontados com as novas informações que reconfiguraram muitos crimes e que levaram à extração de certidões para a continuação da investigação em processos autónomos.

A acusação, com mais de 3.500 páginas sem incluir os anexos probatórios, revelará a forma como Ricardo Salgado criou dentro do BES uma “barriga de aluguer” que financiava autonomamente as empresas do Universo Grupo Espírito Santo (GES), sem colocar comprometer o balanço contabilístico do banco.

O Correio da Manhã escreve ainda na sua edição desta segunda-feira  que a acusação mostra a promiscuidade entre o ex-banqueiro e o Governo de José Sócrates.

Neste sábado, o jornal Público avançou que o Ministério Público se prepara para acusar Ricardo Salgado de liderar uma associação criminosa enquanto liderou o GES.

Em causa estará uma estrutura fraudulenta criado pelo antigo banqueiro, uma organização montada sem conhecimento da maioria da equipa de gestão e das entidades de fiscalização do banco, nomeadamente, do Banco de Portugal.

Segundo novos factos, Ricardo Salgado terá sido o cérebro e o líder de uma rede criminosa, por si estruturada dentro GES e do BES, com a finalidade de cometer delitos de forma organizada, detalha o jornal, que também dá conta que a acusação dos procuradores do MP deve ser deduzia esta semana, até dia 15, quinta-feira.

Pretendia através desta estrutura fazer pagamentos ocultos, cometer fraude no comércio internacional e de desviar fundos de centenas de milhões de euros para corrupção, tendo desnatado o BES em mais de mil milhões de euros.

ZAP //

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