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Autoridades israelitas investigam empresa que criou programa Pegasus

Sebastian Scheiner / AFP

O primeiro-ministro de Israel, Naftali Bennett

Benny Gantz, ministro da Defesa de Israel, foi a Paris conversar com a sua homóloga francesa, Florence Parly. Em Telavive, as autoridades israelitas inspecionaram, esta quarta-feira, os escritórios da NSO.

O Expresso escreve que, esta quarta-feira, Benny Gantz garantiu à sua homóloga francesa que o estado de Israel está a analisar as acusações de espionagem com a “maior seriedade”.

“Israel só dava autorizações de exportação de produtos informáticos para Estados e apenas para lutar contra o terrorismo e o crime”, assegurou ainda, citado pelo Haaretz.

No mesmo dia, as autoridades israelitas inspecionaram os escritórios da NSO. Em comunicado, a empresa refutou a ideia de que tenham sido inspecionados de surpresa, assegurando ter sido avisada antecipadamente da “visita” por funcionários do Ministério da Defesa.

Segundo a TSF, as autoridades queriam ver as exportações comerciais de programas sensíveis.

O Ministério da Defesa de Israel explicou, numa publicação no Twitter, que a inspeção às instalações da empresa está diretamente relacionada com as informações que têm sido noticiadas sobre o “Projeto Pegasus”.

​​​​​​Durante o fim de semana, o Presidente francês Emmanuel Macron telefonou ao primeiro-ministro israelita, Naftali Bennett, pedindo-lhe que investigasse o grupo que vende o programa de espionagem.

Um número de telemóvel de Macron, que este detém desde, pelo menos, 2017, figura na lista dos 50 mil divulgados pela investigação Forbidden Stories que foram espiados pelo software Pegasus.

Cerca de 50.000 números de telefone foram enviados por diferentes clientes para possível acompanhamento numa dezena de países, entre eles México, Marrocos, Arábia Saudita, Índia, Hungria e Cazaquistão. O grupo NSO tem dito que o facto de um número de telefone aparecer na lista não indica que tenha sido espiado pelo Pegasus.

A investigação mostrou que o Pegasus, concebido como um instrumento contra o terrorismo e crime organizado, era utilizado por vários países também para espiar opositores políticos, ativistas dos direitos humanos, jornalistas e advogados. Uma vez dentro do telefone, o programa pode aceder a todo o conteúdo do terminal, como mensagens instantâneas, correios eletrónicos, fotos ou à agenda de contactos.

Liliana Malainho, ZAP //

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