Um adolescente que sofre de graves problemas mentais está há três meses internado no serviço de pediatria do Hospital de Vila Nova de Gaia. Já se auto-mutilou várias vezes e roubou comprimidos para tentar matar-se, mas o Serviço Nacional de Saúde (SNS) não encontra uma resposta adequada ao seu caso.
Este jovem continua alojado numa enfermaria da pediatria do Hospital de Vila Nova de Gaia, onde não há a valência de pedopsiquiatria. Neste serviço, há duas a três enfermeiras por turno, o que não permite manter o adolescente em segurança.
O jovem já tentou matar-se por várias vezes, tendo, inclusive, ingerido comprimidos que roubou da enfermaria do hospital.
“Já furtou comprimidos ao avô [nas visitas que este faz ao hospital] para os tomar. Já furtou medicação ao próprio hospital, às enfermeiras e aos profissionais”, conta o pai do adolescente à SIC.
“Já se auto-mutilou com objectos tão simples como chaves do cacifo ou um clip, ou mesmo com as argolas de um caderno para fazer desenhos”, revela ainda o pai.
O clip com que o jovem se auto-mutilou foi levado pela sua mãe para o hospital, com o intuito de concertar um chinelo, como refere a progenitora à SIC.
No seguimento dessa situação, e por ter também medicado o filho durante um ataque de ansiedade onde as enfermeiras não intervieram, segundo alega a mãe, esta está impedida de ver o filho sem a presença de uma terceira pessoa.
Perante o elevado número de vezes em que o adolescente se auto-mutilou, a Comissão de Protecção de Crianças e Jovens sinalizou o caso. Nesse seguimento, o Tribunal de Família e Menores de Lisboa ordenou à Segurança Social, já por duas vezes, que encontre uma vaga adequada para o menor.
Contudo, essa vaga ainda não foi encontrada e o Tribunal de Família reportou a falta de soluções para casos como os deste adolescente ao Conselho Superior da Magistratura, como nota a SIC.
Entretanto, o jovem continua sem o tratamento mais adequado para os seus problemas do foro mental.