O funeral do ex-presidente da Câmara de Seul, cujo corpo foi encontrado na semana passada, realizou-se esta segunda-feira, apesar da petição que contestava a utilização de fundos públicos para a cerimónia.
De acordo com o jornal The Guardian, mais de 500 mil pessoas assinaram uma petição que pedia ao Governo sul-coreano para não usar dinheiro público para a cerimónia, considerando que “um funeral modesto e familiar seria a coisa certa a fazer”.
O corpo de Park Won-soon foi encontrado na última sexta-feira, no monte Bukak, a norte de Seul, horas depois de ter sido dado como desaparecido e de a polícia ter iniciado buscas.
Dias antes da sua morte, a antiga secretária do ex-presidente da Câmara de Seul apresentou uma queixa na polícia, acusando-o de assédio sexual durante os quatro anos em que trabalharam juntos. O óbito significa que a investigação do caso será automaticamente fechada, escreve o jornal britânico.
Na casa do autarca foi encontrada uma carta de despedida, na qual escreveu que se sentia “arrependido por todas as pessoas” e pediu desculpa à família, a quem disse só ter dado “dores”. O político pediu também para ser cremado e para que as suas cinzas sejam espalhadas pelos túmulos dos seus pais.
Segundo o jornal inglês, o funeral aconteceu esta segunda-feira de manhã, tendo sido transmitido online devido à pandemia de covid-19. Cerca de 100 pessoas, entre familiares, amigos, autoridades e políticos marcaram presença na cerimónia.
Apesar da controvérsia sobre a sua morte, o Governo da cidade de Seul organizou cerimónias fúnebres de cinco dias – mais dois dias do que a cerimónia habitual – e montou um altar em frente ao edifício da Câmara.
“Será que as pessoas precisam de assistir a um funeral extravagante de cinco dias de um político famoso cuja alegação de assédio sexual levou ao seu suicídio? Que tipo de mensagem está a ser enviada às pessoas?”, lê-se no texto da petição, citada pelo jornal Público.
Park, de 64 anos, um ativista cívico de longa data e advogado dos direitos humanos, foi eleito presidente da Câmara de Seul em 2011. Tornou-se o primeiro presidente da Câmara da cidade a ser eleito para um terceiro mandato, em junho de 2018. Membro do Partido Liberal Democrático do Presidente sul-coreano, Moon Jae-in, era considerado um potencial candidato presidencial nas eleições de 2022.