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Governo australiano contra-ataca. Vai deixar de publicar anúncios no Facebook

O Governo da Austrália vai retirar todas as suas campanhas publicitárias do Facebook, uma vez que a rede social continua a impedir os utilizadores de ver ou partilhar notícias.

De acordo com a rede televisiva australiana ABC News, o ministro da Saúde, Greg Hunt, foi o primeiro a anunciar, este domingo, que a sua tutela não vai usar o Facebook para campanhas publicitárias, numa altura em que o tem feito sobretudo por causa da vacinação contra a covid-19.

Já esta segunda-feira, o governante explicou que todos os fundos destinados para anúncios nesta rede social iriam ser usados de qualquer forma, lembrando que há muitos outros canais para o fazer, como a televisão, a rádio e os jornais.

“Alguns podem ser realocados temporariamente”, explicou Hunt, acrescentando que o seu departamento vai continuar a publicar no Facebook, mas que apenas não vai patrocinar mais esses posts.

Entretanto, o ministro das Finanças, Simon Birmingham, disse que esta proibição irá ser estendida a todo o Governo. “A minha expectativa é que iremos todos recuar no que toca à publicidade, enquanto realizam este tipo de atividade terrível de derrubar sites de forma inadequada, procurando exercer poder ou influência sobre os nossos sistemas democráticos”, disse o governante à Radio National.

“Não vamos tolerar isso, vamos manter-nos firmes na legislação e olhar para todos os pontos de publicidade”, disse ainda Birmingham, acrescentando que o secretário do Tesouro, Josh Frydenberg, continua a dialogar com o fundador do Facebook.

Segundo a ABC News, entre 2019 e 2020, o Governo australiano gastou 42 milhões de dólares em publicidade digital. De acordo com a Comissão Australiana da Concorrência e do Consumidor (ACCC), cerca de um quarto dessas despesas são gastas com o Facebook, o que significa que esta mudança pode custar vários milhões à empresa de Mark Zuckerberg.

Esta decisão do Executivo acontece depois de a rede social ter bloqueado, na semana passada, o acesso dos utilizadores australianos à visualização e partilha de notícias, quer nacionais quer internacionais.

O Facebook decidiu adotar esta postura intransigente devido à nova proposta de lei que responsabiliza a rede social, a Google e outras plataformas a pagar conteúdos jornalísticos às empresas que os produzem.

Em sentido contrário, a Google optou por fechar acordos com a comunicação social, como é o caso do recente acordo com a News Corp, de Rupert Murdoch, que detém títulos como o Wall Street Journal (Estados Unidos), a Sky News e o The Times (Reino Unido).

Filipa Mesquita, ZAP //

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