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Auriculares sem fios podem provocar cancro

Os auriculares sem fio, como os AirPods da norte-americana Apple, podem representar um grave risco para a saúde dos seus utilizadores, advertiu Jerry Phillips, professor de bioquímica da Universidade do Colorado, nos EUA.

“A minha preocupação com os AirPods é que a sua colocação no canal auditivo expõe os tecidos da cabeça a níveis relativamente altos de radiações por radiofrequência”, alertou no site Medium, acrescentando que tumores e outras patologias associadas ao funcionamento das células podem representar riscos potenciais.

Como frisou, não são apenas os produtos da Apple que representam perigo para a saúde dos utilizadores. Em sentido oposto: os riscos estão alastrados. Segundo o especialista, os dados atuais levantam “potenciais preocupações para a saúde humana em torno do desenvolvimento de todas as tecnologias que operam em frequências de rádio”.

O aviso do especialista surge depois de cerca de 250 médicos e cientistas de mais de 40 países, incluindo o próprio Phillips, assinaram uma petição dirigida à Organização das Nações Unidas e à Organização Mundial da Saúde, na qual expressam a sua “grande preocupação” pelo uso do campo eletromagnético não ionizante, que é o tipo de radiação emitida pelos dispositivos sem fios, incluindo as tecnologias com Bluetooth.

De acordo com a petição, que se alicerça em “numerosas publicações científicas recentes”, estes campos podem causar cancro, distúrbios neurológicos e danos ao ADN. Além disso, o documento refere resultados da Agência Internacional para Pesquisa sobre o Cancro, que determinou que os campos acima mencionados são “possivelmente cancerígenos” para os seres humanos.

Já em setembro de 2016, quando os AirPods ficaram disponíveis para venda, Joel Moskowitz, professor na Escola de Saúde Pública na Universidade da Califórnia em Berkeley, alertava para os perigos associados ao seu uso.

“Estamos a brincar com o fogo“, afirmou, à época, em declarações ao diário britânico Daily Mail. “Porque é que alguém haveria de inserir dispositivos que emitem micro-ondas dentro dos ouvidos, ao lado de cérebro, quando há formas mais seguras de usar o telemóvel?”, perguntou, dando também conta que as ondas em causa podem, a longo prazo, afetar a barreira hematoencefálica, uma camada protetora entre o sangue e o cérebro que protege este órgão de toxinas.

“Recomendo essencialmente o uso do telefone com auscultadores ou em modo mãos livres, não com auriculares sem fios”, disse Moskowitz.

Contudo, nem todos os cientistas apresentam estas preocupações. De acordo com Kenneth Foster, professor de bioengenharia da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, combinando e analisando todas as investigações sobre campos eletromagnéticos, é possível verificar uma clara ausência de danos de qualquer tipo.

O especialista apontou também que nem a Organização Mundial da Saúde, nem outras instituições da mesma natureza encontraram “qualquer evidência clara de riscos para a saúde em níveis de exposição abaixo dos limites internacionais”.

ZAP //

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