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Atividade da amígdala cerebelosa associada a bullying em jovens

Certos padrões na atividade cerebral dos adolescentes, nomeadamente nas amígdalas cerebelosas, foi associada a comportamentos de bullying. Estes jovens revelaram ser menos empáticos perante rostos temerosos.

O bullying é um problema social que afeta muitas crianças e jovens nas escolas e que, cada vez mais, tem merecido a atenção que lhe é devida. Uma equipa de investigadores da Universidade da Califórnia encontrou uma associação entre a atividade das amígdalas cerebelosas e os comportamentos de bullying nos adolescentes.

As amígdalas cerebelosas são um grupo de neurónios que forma dois lóbulos situados na superfície inferior de cada hemisfério do cérebro.

Os jovens que fazem bullying aos seus colegas tendem a exibir um padrão diferente de atividade cerebral em resposta a certas expressões faciais, realçam os cientistas. De acordo com o PsyPost, esta descoberta pode ser um passo importante para ajudar a perceber o que provoca estes comportamentos e, consequentemente, ajudar a resolver o problema.

“O bullying é bastante comum na adolescência, com cerca de 25 a 50% dos jovens nos Estados Unidos a assumir terem feito bullying ou terem sido vítimas”, destaca a autora do estudo, Johnna R. Swartz. O estudo foi publicado no mês passado na revista científica Social Cognitive and Affective Neuroscience.

A psicóloga realça ainda que é sabido que o bullying está associado a problemas de saúde mental, razão pela qual achou interessante perceber o que poderia tornar os jovens mais suscetíveis a este tipo de comportamentos.

Como tal, os cientistas realizaram experiências com quase meia centena de jovens, onde lhes era pedido que associassem fotografias de expressões faciais à emoção correspondente.

Swartz e a sua equipa descobriram que adolescentes que praticavam bullying tinham mais tendência a exibir maior atividade nas amígdalas cerebelosas em resposta a caras mais enraivecidas. Pelo contrário, tinham uma menor atividade quando olhavam para rostos mais temerosos.

Isto significa que estes adolescentes são mais sensíveis aos sinais de raiva de outras pessoas, enquanto que, por outro lado, eram menos empáticos com caras que revelavam medo. “A maior atividade da amígdala em rostos enraivecidos também pode levar os adolescentes a detetarem mais hostilidade nas suas interações sociais”, disse Swartz.

No entanto, a investigadora faz uma ressalva, alertando para uma possível lacuna no seu estudo, já que a atividade das amígdalas foi medida durante o comportamento de bullying. Desta forma, não se percebe se estes padrões de atividade cerebral podem ter aumentado a probabilidade de bullying ou se o facto de ser um bully leva a estas mudanças.

ZAP //

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