Até Lula condena racismo contra filhos de Giovanna Ewbank e Bruno Gagliasso em Portugal

Giovanna Ewbank / Facebook

Actores Giovanna Ewbank e Bruno Gagliasso com os filhos.

Actores Giovanna Ewbank e Bruno Gagliasso com os filhos.

O caso de racismo contra os filhos dos actores brasileiros Giovanna Ewbank e Bruno Gagliasso, num restaurante da Costa da Caparica, em Almada, está a ter repercussões do outro lado do Brasil e até Lula da Silva veio falar do assunto.

Giovanna Ewbank e Bruno Gagliasso​ apresentaram uma queixa formal por discriminação racial contra uma mulher portuguesa, que terá à roda de 57 anos, e que terá insultado os filhos negros dos actores, bem como um grupo de angolanos.

O Tribunal Judicial de Almada tem, agora, o caso em mãos. Mas, na praça pública, as condenações aos insultos racistas proferidos pela mulher chegam de todos os lados.

Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República de Portugal, já abordou o caso, condenando o racismo e a xenofobia e sublinhando que “não há portugueses puros”.

Entretanto, no Brasil, o ex-Presidente Lula da Silva também se mostrou solidário com o casal de actores. “Nenhuma mãe ou pai merece ver seus filhos sendo vítimas de xingamentos racistas”, escreve o política que se recandidata à presidência do Brasil.

Até o irmão de Bruno Gagliasso, com quem costuma estar de costas voltadas por questões políticas, se veio “solidarizar” com os actores.

Thiago Gagliasso, que é apoiante de Bolsonaro, ao contrário do irmão actor, destaca que num momento como esse, as “divergências ideológicas” não importam. “Só peço a Deus que os fortaleça, parabenizo a Gio que, visivelmente abalada e sem acreditar no que estava vivendo, defendeu seus filhos como uma mãe exemplar“, escreve no seu perfil do Instagram.

“Certamente, eu teria feito muito pior, porque eu não imagino a raiva e o ódio que deve ter passado dentro do coração dela”, acrescenta Thiago Gagliasso.

 

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Mulher detida terá historial de xenofobia

Giovanna Ewbank e Bruno Gagliasso também deram uma entrevista no programa “Fantástico” da Globo onde contam tudo o que aconteceu.

Os actores brasileiros revelam que a mulher portuguesa, e branca, insultou os filhos adoptados, Titi e Bless, bem como um grupo de angolanos que se encontrava num restaurante na Costa da Caparica.

A mulher terá usado expressões como “pretos imundos”, “voltem para África”, “voltem para o Brasil” e “Portugal não é lugar para vocês”.

A mulher foi detida e terá também dirigido insultos aos agentes que o fizeram. Ela estaria embriagada, segundo alguns relatos da imprensa brasileira.

Após ter sido identificada na esquadra, foi libertada e o caso está entregue ao Tribunal de Almada.

Uma brasileira a viver em Portugal conta ao portal de notícias Metrópole que também foi alvo de insultos xenófobos por parte da mesma mulher no passado dia 9 de Março.

“Brasileiros vão para o Brasil”, pode ouvir-se num vídeo que essa brasileira partilhou com o portal de notícias

“Grito de Giovanna Ewbank foi de dor e indignação”

Nas redes sociais também há imagens que mostram Giovanna Ewbank a confrontar a mulher detida, com insultos à mistura. No Brasil, alguns media alegam que a actriz chegou a cuspir no rosto da suspeita.

 

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“O grito da minha mulher foi de dor, mas também de indignação”, aponta Bruno Gagliasso na entrevista ao “Fantástico”. “O que fizemos foi uma reacção da acção dela que é criminosa”, acrescenta o actor.

“Eu sei que como mulher branca o que disse vai ser validado“, considera ainda Giovanna Ewbank que deixa uma pergunta no ar. “Teria essa atenção toda se fôssemos pais pretos de crianças pretas?”, questiona.

“Não podemos silenciar”, aponta ainda Bruno Gagliasso, salientando que “o mais doloroso foi chegar em casa, tomar banho e ter que conversar com [os filhos] sobre isso”. “Foi o que mais mexeu com a gente como pais”, revela.

Não fique calado, não finja que não escutou. Fale, denuncie, isso é crime e as pessoas precisam de ser responsabilizadas”, pede ainda Giovanna Ewbank.

ZAP //

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