Um morto e quatro feridos em ataques a igrejas em Espanha. Há suspeitas de terrorismo

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A. Carrasco Ragel / EPA

Há suspeitas de ato terrorista nos ataques a igrejas em Algeciras.

Uma pessoa morreu e outras quatro pessoas ficaram feridas esta quarta-feira num ataque em igrejas em Algeciras, no sul de Espanha, depois de agredidas com uma arma branca por um homem que já foi detido, segundo as autoridades espanholas.

O homem dirigiu-se a pelo menos duas igrejas no centro de Algeciras e, com gritos de “Alá”, atacou várias pessoas com uma arma semelhante a uma catana, tendo uma delas, um sacristão, morrido, segundo autoridades espanholas e relatos divulgados pelos meios de comunicação social.

Outra das pessoas atacadas, um padre, ficou ferido com gravidade, segundo as mesmas fontes.

O ataque ocorreu por volta das 20:00 locais (19:00 em Lisboa) e, segundo o Ministério Público espanhol, está a ser investigado como “alegadamente terrorista”.

Segundo o El País, o suspeito já foi detido e identificado como sendo Yasine Kanjaa, um marroquino de 25 anos de idade, sem antecedentes criminais. O jornal escreve que o homem “começou a discutir com os membros da congregação ali presentes, dizendo que deveriam seguir a religião islâmica”.

A televisão espanhola RTVE diz que o imigrante marroquino tinha ordem de expulsão do país, encontrando-se em situação irregular.

O Ministro do Interior, Fernando Grande-Marlaska, avança que Kanjaa agiu sozinho, sem a colaboração de terceiros.

Espera-se que a investigação permita apurar a motivação do detido no caso de ser jihadista.

O pároco da igreja de La Palma de Algeciras, Juan José Marina, diz-se convencido de que o alegado terrorista queria matá-lo a ele, por ser padre, mas evitou a morte porque não estava na igreja naquele momento.

“Deveria ser eu quem estava morto […]. Essa pessoa pensou que Diego [o sacristão] era eu e, por isso, foi direto atrás dele”, assegurou em entrevista à Rádio Nacional de Espanha.

“[É uma situação] terrível, devastadora”, disse o presidente da Câmara de Andaluzia, Manuel Moreno. “A intolerância não tem espaço”.

O presidente da Conferência Episcopal Espanhola (CEE), Cardeal Juan José Omella, reagiu disse também estar “comovido com o ataque armado” e dizendo estar a rezar “pelas vítimas da atrocidade e pelos seus familiares”.

O primeiro-ministro de Espanha, Pedro Sánchez, considerou “terrível” o ataque e manifestou apoio ao trabalho das forças de segurança.

“Quero enviar as minhas mais sinceras condolências aos familiares do sacristão falecido no terrível ataque de Algeciras. Desejo uma rápida recuperação dos feridos”, escreveu Sánchez, na rede social Twitter.

Também o líder do Partido Popular (PP, a maior força na oposição em Espanha), Alberto Níñez Feijóo, manifestou, numa publicação no Twitter, consternação pelos ataques em Algeciras, transmitiu os “pêsames à família do sacristão falecido” e desejou a rápida recuperação dos feridos.

A Comissão Islâmica de Espanha “expressa o seu mais sentido pêsame e apoio às vítimas do atentado em duas igrejas de Algeciras”, disse o líder desta entidade, que representa as comunidades religiosas islâmicas que vivem no país, sendo interlocutora reconhecida pela Estado espanhol.

O líder desta comissão, Mohamed Ajan, acrescentou que qualquer crente deve sentir que quando está num local de culto “está num oásis de paz que não deve ser perturbado por nenhum motivo” e disse acreditar que “o agressor será colocado perante a justiça” e esperar que o ataque “não vai perturbar a paz social no município de Algeciras”.

O presidente da Conferência Episcopal espanhola, que representa os bispos do país, afirmou ter recebido “com dor a notícia dos acontecimentos em Algeciras”. “Nestes momentos tristes de sofrimento, unimo-nos à dor da família das vítimas e da diocese”, escreveu num comunicado Francisco García Magán, que é também bispo auxiliar de Toledo.

ZAP // Lusa

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