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Astrónomos intrigados com misteriosa nebulosa incandescente

Universidade da Califórnia em Santa Cruz

O mapa de cor mostra o brilho da superfície da nebulosa MAMMOTH-1 e as seta vermelha mostra a sua extensão espacial

Um grupo de astrónomos descobriu uma gigante e incandescente bolha de gás no Universo, mas não conseguem descobrir como é que a nebulosa está a ser iluminada.

Este objeto está localizado no centro de um enorme aglomerado de galáxias antigas a cerca de 10 mil milhões de anos-luz da Terra, e é o objeto cósmico mais brilhante do seu tipo já encontrado, e um dos maiores. No entanto, não há nenhuma fonte óbvia do seu poder.

O objeto, chamado de “Nebulosa Lyman-alfa” (ELAN), é uma enorme nuvem de hidrogénio, uma enorme concentração de gás, do tamanho de várias galáxias, ou seja, um tamanho de várias centenas de milhares anos-luz.

Enquanto que as outras ELANs descobertas até hoje parecem ser alimentadas pela radiação intensa emitida por quasares, formações de estrelas, ou supernovas, nenhum destes eventos foi encontrado perto deste último exemplo, apelidado de nebulosa MAMMOTH-1.

De acordo com o estudo publicado no Astrophysical Journal, a luz observada pelos cientistas tem o mesmo comprimento de onda que é absorvido e emitido por átomos de hidrogénio enquanto arrefecem – uma descarga conhecida como radiação Lyman-alpha.

Um objeto semelhante foi descoberto em 2000, conhecido como o Lyman-alfa blob 1, localizado na constelação sul de Aquarius, a cerca de 11,5 mil milhões de anos-luz da Terra.

Com um tamanho três vezes maior do que nossa galáxia, a nebulosa descoberta há 17 anos é enorme e extremamente verde, mas até hoje ninguém soube dizer o que está a iluminá-la.

Os cientistas afirmam que os buracos negros supermassivos que engoliam a matéria em galáxias dentro da região central dessa nebulosa poderiam ser responsáveis pela sua incandescência. Agora, a equipa por trás da nova descoberta suspeita que pode estar a acontecer a mesma coisa com a nebulosa MAMMOTH-1.

Vários especialistas apresentaram teorias sobre o motivo do brilho da nebulosa MAMMOTH-1, mas as mais prováveis giram em torno de radiação ou de descargas provenientes de um núcleo galáctico ativo (AGN).

O núcleo galáctico ativo é uma região compacta no centro de galáxias que têm uma luminosidade muito maior do que é normal. A equipa de cientistas explica que os AGNs são alimentados por um buraco negro supermassivo que se alimenta ativamente de gás no centro de uma galáxia e são conhecidos por serem fontes de luz.

A radiação intensa emitida por AGNs ioniza o hidrogénio no espaço e isso pode fazer com que as ELANs emitiam uma radiação Lyman-alfa muito brilhante.

Os quasares – os objetos mais brilhantes do Universo – são conhecidos por serem os AGNs mais luminosos, mas, segundo os cientistas, a nebulosa MAMMOTH-1 não está associada a nenhum quasar.

“Ele tem todas as características de um AGN, mas ainda não observamos nada nas nossas imagens óticas. Acho que há um quasar por perto que está tão escurecido pela poeira que a maior parte de sua luz está escondida”, afirmou Xavier Prochaska, da Universidade da Califórnia em Santa Cruz.

A equipa está a trabalhar para detetar um quasar a cerca de 10 bilhões de anos-luz da Terra mas, até lá, a mais brilhante nebulosa conhecida continuará a ser um mistério cósmico.

ZAP //

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