/

Novo “Sinal Wow!”? Detetado estranho sinal de rádio (e parece vir da estrela mais próxima do Sol)

Cientistas do proeminente Instituto SETI (Search for Extraterrestrial Intelligence) identificaram um estranho sinal vindo de Proxima Centauri, a estrela mais próxima do nosso Sol, que pode ser de uma civilização alienígena.

De acordo com o jornal britânico The Guardian, o sinal, chamado BLC1 (Breakthrough Listen 1), foi descoberto pelo Breakthrough Listen, um projeto fundado para ouvir sinais de vida extraterrestre afiliado ao físico Stephen Hawking.

É o primeiro candidato sério desde o Sinal Wow!”, disse um investigador familiarizado com a descoberta, em declarações ao mesmo jornal.

A “Sinal Wow!”, registado em 1977, é amplamente considerado o achado mais promissor na história do SETI. Em 15 de agosto de 1977, o Big Ear Radio Telescope detetou um sinal forte com duração de 72 segundos vindo do Espaço. O sinal foi tão poderoso e incomum que o astrónomo Jerry Ehman anotou o papel onde os dados foram impressos com a palavra “Wow!”. Isso fez com que o fenómeno fosse apelidado de “Sinal Wow!”.

O novo sinal foi captado pelo telescópio Parkes na Austrália no ano passado, onde parecia ser proveniente do sistema Proxima Centauri.

O sinal despertou o interesse dos investigadores por vários motivos. Primeiro, está em torno de 980 MHz, uma faixa na qual não deveria haver transmissão de nave espacial humana. Segundo, a frequência está a mudar de uma forma que os cientistas dizem que indica que pode estar vindo da superfície de um exoplaneta em órbita – e Proxima Centauri é conhecido por ter um exoplaneta na “zona habitável”.

A comunidade científica continua cética. “As hipóteses de ser um sinal artificial da Proxima Centauri parecem impressionantes”, disse o astrobiólogo Lewis Dartnell, da Universidade de Westminster, em declarações ao The Guardian. “Há muito tempo que procuramos vida alienígena e a ideia de que poderia estar à nossa porta, no próximo sistema estelar, acumula improbabilidades sobre improbabilidades.”

Para Dartnell, o planeta de aparência mais habitável de Proxima Centauri não parece, à primeira vista, um candidato particularmente forte para a vida.

De acordo com o Scientific American, até os investigadores por trás do projeto estão céticos, mas estão a deixar em aberto a possibilidade de que possa ser uma tecnossinatura alienígena.

“O mais provável é que seja alguma causa humana”, disse Pete Worden, diretor executivo da organização-mãe da Breakthrough. “E quando digo mais provável, é 99,9 [por cento].”

O Scientific American relata ainda que o sinal não parece conter nenhuma informação.

Em comunicado, Franck Marchis, astrónomo planetário sénior do Instituto SETI, veio esclarecer mais tarde que o sinal é um candidato, não estando para já confirmado.

“Uma explicação simples é que Parkes captou um sinal originado na Terra”, disse Marchis. “Usamos o rádio para comunicar e isso pode ser interferência terrestre. E essa é provavelmente a explicação mais provável”.

Além disso, o exoplaneta Proxima b de Proxima Centauri ainda não foi confirmado. “Sabemos da sua existência apenas através do movimento da sua estrela, por isso tudo o que temos é uma estimativa da sua massa e órbita, nada mais”.

“A ideia de uma civilização tecnologicamente avançada a viver em torno do nosso vizinho estelar mais próximo é bastante extraordinária”, admitiu Marchis. “Mas, atualmente, ficamos com mais perguntas do que respostas: por que o sinal foi detetado apenas uma vez em 30 horas em abril e maio?”.

O astrónomo argumenta que seria “altamente improvável” que duas civilizações acabassem “por usar a mesma tecnologia ao mesmo tempo”.

“Provavelmente não é alienígena e vamos confirmar em breve”, concluiu. “Claro, como cientista do SETI, nada me agradaria mais do que ser provado que estou errado.”

Maria Campos, ZAP //

 

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.