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Astrónomos podem ter descoberto a primeira exolua (e está coberta de vulcões em erupção)

Os astrónomos da Universidade de Berna, na Suíça, descobriram uma potencial exolua coberta de vulcões pode estar a orbitar um planeta a 550 anos-luz da Terra. 

Apesar de os cientistas já terem encontrado quase quatro mil exoplanetas, ainda estão a tentar confirmar a existência de exoluas – ou seja, uma lua que orbita um planeta fora do Sistema Solar.

Um novo estudo sugere que uma lua poderia existir muito mais perto da Terra, a 550 anos-luz de distância, a orbitar um planeta gigante gasoso chamado WASP 49-b. Como se não bastasse, essa exolua pode estar coberta de vulcões que cospem lava.

A lua será como uma versão extrema da lua vulcanicamente ativa de Júpiter, segundo um comunicado da Universidade de Berna, na Suíça. “Seria um mundo vulcânico perigoso, com uma superfície derretida de lava, uma versão lunar de super-terras quentes como a 55 Cancri-e”, disse Apurva Oza, investigadora no Instituto de Física da Universidade de Berna e principal autora do estudo.

As descobertas foram publicadas na 29 de agosto no arXiv e serão publicadas na próxima edição do The Astrophysical Journal.

As exoluas geralmente seriam demasiado pequenas para serem detetados usando métodos típicos, de acordo com os cientistas. Porém, no novo estudo, Oza e a sua equipa propuseram que dois gases, sódio e potássio, pudessem ser usados ​​para detetar exoluas geologicamente ativos.

Há uma década, um grupo de investigadores mostrou que o sódio encontrado longe de um exoplaneta poderia vir de uma lua escondida ou de um anel de material gasoso. No caso do planeta Wasp 49-b, estudos anteriores revelaram que o planeta continha gás de sódio em altitudes “extraordinariamente” altas. “O gás neutro de sódio está tão longe do planeta que, provavelmente, não será expulso apenas por um vento planetário”, disse Oza.

Oza e a sua equipa usaram observações e medidas da perda de sódio e potássio de Júpiter e a sua lua ativa para criar um modelo de condições que pudessem indicar a presença de um exolua. Depois, analisaram mais de uma dúzia de gigantes de gás fora do Sistema Solar. Usando o modelo, previram quanta perda de sódio e potássio ocorreria se esses gigantes gasosos tivessem exoluas.

Quando compararam a quantidade de sódio que realmente observaram no sistema, descobriram que a Wasp 49-b se encaixava no modelo – ou seja, descobriram que é possível que o gigante do gás possa ter a sua exolua. Mas os níveis incomuns de gás também podem ter resultado de um anel de gás ionizado.

Em outubro de 2018, um estudo sugeriu que o planeta Kepler-1625b, que fica a oito mil anos-luz de distância, pode ter a sua própria lua – mas isso ainda não foi confirmado, de acordo com o portal Space.

Em análises posteriores dos dados, os astrónomos não conseguiram detetar a luz de uma estrela que indicaria a presença de uma lua de um planeta a passar, o que pôs em causa a suposta descoberta da primeira exolua.

ZAP //

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