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Astrónomos acabam de fazer a primeira observação de sempre da Teoria da Relatividade de Einstein

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(dr) ESO

Um “pequeno desvio” na órbita da estrela S2 é consistente com as previsões da relatividade geral

112 anos depois, cientistas europeus detectaram no leve desvio de uma estrela em relação à sua órbita o primeiro indício dos efeitos da Teoria da Relatividade de Einstein sobre este tipo de corpo celeste, de acordo com a física clássica.

Segundo revelou esta quarta-feira em comunicado o ESO, Observatório Austral Europeu, a descoberta foi feita por uma equipa de astrónomos que esteve a rever os dados recolhidos pelo telescópio VLT nos últimos 20 anos sobre a estrela S2, ou Source 2, localizada na constelação de Sagitarius, junto ao buraco negro supermassivo do centro da Via Láctea.

Ao comparar os dados orbitais observados com os princípios da física newtoniana, foi registado um pequeno desvio “consistente com as previsões da relatividade geral“, proposta por Einstein e uma das descobertas mais importantes da ciência no Século XX.

Segundo o ESO, é a primeira vez que se obtém uma medida da força dos efeitos relativistas gerais em estrelas orbitando um buraco negro supermassivo. Esse “leve” desvio é um dos “subtis efeitos” previstos pela Teoria da Relatividade Geral, um “resultado promissor” para novos trabalhos o ESO realizará nos próximos meses.

O Observatório pretende agora continuar a estudar a S2 em 2018, altura em que a estrela se encontrará muito próxima do “nosso” buraco negro supermassivo, para o que será incorporado um novo instrumento, que irá melhorar a precisão das medições.

A estrela S2 é monitorizada desde 1995 por equipas de astrónomos do ESO, da UCLA e do Instituto Max Planck de Física Extraterrestre como parte de um esforço para reunir dados sobre o buraco negro supermassivo no centro da galáxia Via Láctea. Em 2008, foi observada pela primeira vez a sua órbita completa.

Donkey Hotey / Flickr

A Teoria da Relatividade Geral foi publicada em 1905 por Albert Einstein

O buraco negro do centro da Via Láctea, o mais próximo da Terra, encontra-se a cerca de 26 mil anos-luz de distância da Terra, e tem uma massa quatro milhões de vezes maior que a do sol.

Este “monstro” está cercado por um pequeno grupo de estrelas, entre as quais a S2, que orbita a grande velocidade no forte campo gravitacional do buraco negro, um entorno perfeito, diz o ESO, para provar a física gravitacional e, particularmente, a Teoria da Relatividade” – denominação dada ao conjunto de duas teorias científicas: a Relatividade Restrita, ou Especial, e a Relatividade Geral.

A Teoria Geral da Relatividade, publicada em 1905 por Albert Einstein, leva em consideração as ideias da Relatividade Restrita sobre o espaço e o tempo e propõe a generalização do princípio da relatividade do movimento para sistemas que incluam campos gravitacionais, surgindo a noção de espaço-tempo curvo.

Segundo a famosa teoria, o tempo e o espaço passaram a ser entidades relativas, isto é, dependem da perspectiva de cada observador – o que permite que um passageiro caminhe no famoso “comboio que circula à velocidade da luz”, sem que uma pessoa a vê-lo passar na estação se sobressalte com o “excesso de velocidade” do passageiro.

AJB, ZAP // EFE / ESO / Futurism

9 Comments

    • Não vi erros assim tão graves que possam prejudicar a divulgação em geral.
      De resto, é um artigo de jornal, não é um artigo científico numa revista de especialidade.

      A maior parte nunca ouviu a distinção restrita/geral a propósito da Teoria da Relatividade (e nos dias de hoje, de ‘feicebuque’, ‘tuítar’ e companhia, mesmo ter ouvido falar da teoria da relatividade é já um feito).
      E para entender verdadeiramente do que se fala, é necessário um backgroud tecnico/científico de alto nível.
      Não sei já onde li que se estima que apenas cerca de uma dezena de pessoas no mundo è capaz de compreender verdadeiramente a teoria geral da Relatividade, tal como enunciada por Einstein.

      • Pois terá alguma razão, mas há muitos milhares de formados e estudiosos capazes não só de entenderem o significado que é acessivel á medua formação, como de acompanharem a matemática demonstrativa da dedução destas teorias bem como dos cálculos para as órbitas e outras aplicações como o atraso dos relógios e correcções das fórmulas Newtonianas correspondentes. As equações para as órbitas estão ao nivel dos primeiros anos dos cursos universitários.
        Mas o que se deve evitar é que os leitores menos preparados fiquem com ideias erradas. A estrela em questão permite de facto uma observação com uma precisão recordista por estar a ser estudada as suas posições á vários anos e estar a aproximar-se do centro gravítico permitindo um calculo orbital de grande precisão. A isto junta-se as enormes velocidades orbitais que implicam a existencia de uma enorme força gravitica de um objecto invisível que tudo indica ser um massivo buraco negro, equivalente a milhões de massas solares que a precisão do calculo orbital permitirá também calcular com muita precisão.
        Portanto:
        1- não se trata da 1a observação de sempre da Teoria da Relatividade de Einstein pois essa ocorreu durante o eclipse solar do ano 1919 na ilha do Principe do arquipélago de lingua portuguêsa de S. Tomé e Príncipe!
        2- Já em 1859 o francês Urbain J. J. Le Verrier havia publicado a descoberta de que a órbita de Mercúrio não era explicada pelas teorias e leis de Newton. A teoria da relatividade veio explicar e providenciar um método de calcular com muita precisão estes efeitos .
        3- A teoria da Relatividade Geral aplica-se a qualquer corpo celeste e conta já com um enorme numero de confirmações por diversos meios de observação sem que tenha sido encontrado até agora nenhuma inconsistência que comprove a sua invalidade!

        • ‘por estar a ser estudada as suas posições á vários anos’ está errado !!
          Deve ser: por estar a ser estudada as suas posições há vários anos . . .
          🙂

          • Acertou !
            Tenho essa rotina mal apurada é nesmo do haver!
            Agradeço a correcção.
            Antonio Alves.

  1. Correcções científicas:
    A Teoria da Relatividade Restrita (ou Especial) resultou de um trabalho de Einstein em 1905.
    A Teoria da Relatividade Geral (TRG) resultou de trabalhos realizados entre 1907 e 1915.
    https://en.wikipedia.org/wiki/List_of_scientific_publications_by_Albert_Einstein
    É necessário acrescentar que em 2015 foram detectadas ondas gravitacionais, também previstas pela TRG, facto amplamente divulgado na Comunicação Social
    https://www.ligo.caltech.edu/news/ligo20160211
    Quem estiver interessado em aprofundar os seus conhecimentos na Teoria da Relatividade existem muitas fontes disponíveis, entre as quais
    https://www.marxists.org/reference/archive/einstein/works/1910s/relative/index.htm

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