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Um dos planos do grupo de extrema-direita MAL – criado para alterar o Estado de direito através da força – era invadir a Assembleia da República. A PJ não descarta a existência de forças de segurança e forças militares no grupo.
Esta terça-feira, a PJ deteve seis membros do MAL – Movimento Armilar Lusitano.
Segunda as autoridades, estariam a planear a criação uma milícia armada, que visava uma “alteração violenta do Estado de direito”.
Segundo o Correio da Manhã (CM), um dos planos do grupo de extrema-direita era invadir a Assembleia da República.
O matutino revela que Manuel Matias, pai da deputada do Chega Rita Matias e ex-assessor do Chega, integrou o grupo e publicou conteúdos no fórum do Facebook.
No entanto, ao mesmo jornal, Manuel Matias diz desconhecer o grupo: “Apanhou-me de surpresa. Não conheço o grupo. Estou, aliás, nos antípodas dessas pessoas”.
Em declarações ao Observador, não conseguindo confirmar se continua no grupo de Facebook, pai da deputada Rita Matias diz que “só vendo”. “Nós fazíamos publicações em grupos próximos em algumas coisas do Chega”, admitiu.
“O facto de estar num grupo não quer dizer nada, há milhares de grupos. (…) Eu estou no lado oposto desse tipo de posições. Com isto não estou a dizer que não estou, posso estar por engano, mandam convites…“, disse, ao mesmo jornal.
Manuel Matias lamentou também ser associado à filha, neste caso. “Tenho personalidade própria, não sou o pai da Rita Matias. Estarem a associar a minha filha às coisas do pai é uma sacanice. A ela e a mim”.
Forças de segurança e militares na mira
A operação “Desarme 3D” da PJ permitiu deter seis líderes do MAL, um dos quais é Bruno Gonçalves, chefe da PSP, em comissão de serviços na Polícia Municipal de Lisboa.
Segundo o CM, Bruno Gonçalves é ex-sargento do exército; e já tinha estado envolvido numa grande polémica em 2013, por matar um jovem de 18 anos, numa perseguição policial em Campolide. O processo seria arquivado por se considerar que o tiro do PSP foi feito em “legítima defesa”.
Os detidos estão fortemente indiciados pela prática “dos crimes de infrações relacionadas com terrorismo, discriminação e incitamento ao ódio e à violência e detenção de arma proibida.
De acordo com o Público, entre as apreensões feitas esta terça-feira estavam autocolantes dos grupos Reconquista e 1143 – liderado por Mário Machado.
No âmbito da operação, foram apreendidos material explosivo de vários tipos, de várias armas de fogo, algumas das quais produzidas através de tecnologia 3D, várias impressoras 3D, várias dezenas de munições, várias armas brancas, material informático, entre outros elementos de prova.
A investigação não coloca de parte haver mais detenções – inclusivamente de mais elementos de forças de segurança e forças militares.
Segundo a PJ, este é o maior operação de sempre do género em Portugal, com centenas de munições, armas militares e explosivos apreendidos.
Segundo o Correio da Manhã, o MAL foi criado em 2018 por militantes de extrema-direita desiludidos com a “passividade” do PNR (atual Ergue-te) e incapacidade da Nova Ordem Social (movimento fundado pelo neonazi Mário Machado em 2014) em se constituir num partido. O MAL surgiu com o objetivo de se tornar num partido político, apoiado numa milícia armada.
Num grupo no Telegram, com cerca de 900 ativistas, era feita a apologia ao terrorismo, eram difundidas notícias falsas, incitamentos ao ódio e à violência.
Numa publicação em de janeiro o administrador do grupo, que faz parte dos seis detidos, sugere: “E que tal bombardear logo a Assembleia da República” – cita o Jornal de Notícias.
A Comunicação Social, tem vindo a tentar envolver elementos do partido Chega a esta organização. Agora até o pai da deputada querem envolver. Isto é como se costuma dizer: “não foste tu foi teu pai”. Ainda não se convenceram que o Povo Português já não vai a trás dessas falácias.
Tudo boa gente: família, amigos, capangas, tudo gente recomendável e “patriota”. E a carneirada acéfala adepta da “ordem” e dos “bons costumes” a seguir estes “Vendilhões do Templo”… Num país onde impera a ignorância, é assim!
Era o namorado agora é o pai… QQ dia é a própria. Enquanto não perceberem q o partido chega é já, ele próprio, um crime da nação, não saímos deste buraco.