Astronautas da EEI vão ter uma nova sanita espacial

(cv) Nasa

Nova sanita espacial da NASA

A primeira sanita espacial da NASA é feita de titânico e custou 23 milhões de dólares à agência americana. Melhor adaptada a mulheres, vai ser testada na Estação Espacial Internacional, antes de rumar à Lua.

“Vamos ter uma nova sanita a bordo da Estação Espacial Internacional, que vai ser um bocadinho mais fácil de usar, tanto para os homens como para as mulheres”, disse Jessica Meir, astronauta da NASA que passou recentemente 205 dias a bordo da EEI.

Com menos de 45 quilogramas e apenas 71 centímetros de altura – o seu tamanho é mais reduzido para caber na nave Orion, que levará astronautas à Lua daqui a alguns anos – a nova sanita espacial está neste momento num navio de carga, pronta para descolar em direção à EEI na próxima quinta-feira.

Como acontecia nas sanitas antigas, esta usará sucção de ar para remover os resíduos e a urina recolhida será encaminhada para o sistema de reciclagem da NASA para ser transformada em água potável. A agência espacial norte-americana escolheu usar titânio exatamente por ser um material resistente ao ácido usado no pré-tratamento da urina.

Meir explicou, num vídeo publicado nas redes sociais da NASA, que os astronautas usam “uma espécie de sistema de aspiração” nas sanitas da EEI. “Ligamos uma grande ventoinha que puxa tudo para baixo e para dentro da sanita. Além disso, há um longo funil que usamos para recolher a urina”, disse a astronauta.

“Obviamente, há algumas diferenças anatómicas entre homens e mulheres, e as versões anteriores não tinham tudo isso em conta”, contou Meir. Por esse motivo, a NASA decidiu inclinar o assento e torná-lo mais elevado para ajudar os astronautas a posicionar-se melhor, explicou Melissa McKinley, gerente de projeto do Johnson Space Center.

McKinley acrescentou que, além destas alterações na ergonomia, os funis coletores de urina também foram repensados, sendo possível para os astronautas urinar enquanto estão sentados na sanita – o que, até agora, não era possível.

Limpar a porcaria é um grande problema. Não queremos nenhum erro nem fuga”, disse a gerente do projeto. E Jessica Meir acrescentou: “Não queremos ter tudo a flutuar por todo o lado.

Ir à casa de banho no espaço pode parecer uma tarefa fácil de realizar, mas “às vezes as coisas simples tornam-se muito difíceis” sem gravidade, disse Mike Hopkins, astronauta da NASA e comandante da segunda tripulação SpaceX, citado pelo The Guardian.

“No início, a adaptação foi muito interessante porque o corpo sente as coisas de forma diferente sem gravidade. Tudo, incluindo os nossos órgãos, fica a flutuar e os sensores de pressão – que nos transmitem a sensação de ir ao quarto de banho – precisam de algum tempo para se adaptar ao Espaço”, disse Meir.

Os astronautas residentes da EEI irão testar o novo “quarto de banho” durante alguns meses e, se a adaptação correr bem, esta passará a ser usada regularmente. “Podemos continuar a testar e a melhorar estas tecnologias que serão usadas futuramente na nave Orion, quando os astronautas voltarem à Lua”, rematou Meir.

STS, ZAP //

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