Assessor especial de Temer detido por esquema de corrupção

Valter Campanato / Agência Brasil

O presidente interino do Brasil, Michel Temer

O presidente do Brasil, Michel Temer

A polícia federal brasileira prendeu o assessor especial da Presidência da República, Tadeu Filippelli, e os ex-governadores do Distrito Federal José Roberto Arruda e Agnelo Queiroz, cumprindo mandados de prisão temporária.

A operação policial é baseada na delação premiada (cedência de informações comprometedoras sobre terceiros em troca de uma redução de pena) de executivos da construtora Andrade Gutierrez sobre um esquema de corrupção nas obras do estádio de futebol Mané Garrincha, em Brasília, para o Mundial de Futebol de 2014.

Além dos políticos, a operação tem como alvo agentes públicos, construtoras e pessoas que intermediaram subornos na altura da remodelação do estádio.

A PF diz que a remodelação do estádio pode ter sido sobrefaturada em cerca de 900 milhões de reais (245 milhões de euros), visto que estava orçada em 600 milhões de reais (164 milhões de euros) mas custou 1,5 mil milhões de reais (430 milhões de euros).

Na operação de hoje, de acordo com o portal de notícias G1, cerca de 80 polícias foram divididos em 16 equipas e devem ser cumpridos dez mandados de prisão temporária, três de detenção coerciva e 15 mandados de busca e apreensão.

As medidas judiciais partiram da 10ª Vara da Justiça do Distrito Federal e as ações ocorrem em Brasília, adiantou a mesma fonte.

De acordo com o portal de notícias G1, do Grupo Globo, Tadeu Filippelli também já foi vice-governador do Distrito Federal, entre 2011 e 2014, no mandato de Agnelo Queiroz.

O Mané Garrincha não recebeu financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES), mas da Terracap, empresa do Governo do Distrito Federal que não tinha este tipo de operação prevista entre as suas atividades.

Agnelo Queiroz, que foi governador do DF de 2011 a 2014, já foi condenado a ficar afastado da vida política (inelegível) por oito anos em 2016, por utilizar meios públicos em campanha política.

O advogado de José Roberto Arruda (governador entre 2007 a 2010), Paulo Emílio, afirmou ao portal G1 que ainda está “a tomar conhecimento das circunstâncias”, mas que vai tentar revogar o mandado de prisão.

O G1 tentou entrar em contacto com o advogado do ex-governador Agnelo Queiroz, mas não obteve respostas. A defesa do ex-vice governador Tadeu Filippelli, afirmou que “preferia não se pronunciar por enquanto”.

// Lusa

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.