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Estatística revela o número exato de assassinos em série que nunca foram apanhados

Um novo estudo estima que, durante o século XX, nos Estados Unidos, tenham ficado cerca de sete assassinos em série à solta.

Alguns dos maiores assassinos em série da história nunca foram apanhados. No caso do Assassino do Zodíaco, mais de 50 anos depois, ainda são vários os entusiastas que tentam decifrar as mensagens deste serial killer cuja identidade ainda é um mistério.

Há outros casos em que, de facto, o criminoso foi apanhado. O mais prolífico assassino em série da modernidade foi provavelmente Harold Shipman, um médico britânico que terá matado até 250 pessoas. A maioria das suas vítimas eram idosos, o que fez com que não levantasse suspeitas.

No entanto, se olharmos para o caso de Shipman através da lente da estatística, a sua veia criminosa seria mais facilmente identificável, uma vez que muitos dos seus pacientes morreram inesperadamente.

Investigadores da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, analisaram dados sobre assassinos em série e alegam que são capazes de estimar quantos serial killers não foram apanhados e quantas vítimas esses assassinos devem ter matado.

No caso de alguns assassinos em série, o espaçamento entre homicídios pode ser de décadas. Portanto, é plausível pensar que alguns assassinos poderão morrer durante este intervalo de tempo antes de serem apanhados, escreve a Discover Magazine.

Os investigadores desenvolveram um simples modelo matemático que simula o comportamento destes assassinos. Os parâmetros usados foram a probabilidade de um assassino cometer um homicídio sem ser apanhado e a probabilidade de morte antes de cometer outro assassinato.

Nem todos os assassinos são altamente dotados: alguns têm mais hipóteses de ser apanhados do que outros. Os autores deste estudo, publicado no repositório online arXiv, tiveram isto em conta usando uma distribuição de probabilidade.

Os investigadores usaram as probabilidades para modelar o comportamento de 1 milhão de assassinos.

A simulação começa escolhendo aleatoriamente a idade do primeiro assassino quando faz o primeiro ataque. Depois do primeiro homicídio, a simulação decide se é apanhado tebdo em conta a distribuição de probabilidade. Depois, calcula quando é que o assassino vai atacar novamente, com base em dados reais de serial killers.

De seguida, o modelo matemático decide se o assassino ainda estará vivo nesse momento. Se não for o caso, o assassino morre e permanece ileso. Se ainda estiver vivo, a simulação repete os cálculos para um segundo assassinato.

Os investigadores repetiram este processo para um milhão de assassinos em série. Destes, 659.684 foram capturados após o primeiro assassinato. Mas 539 morreram sem serem apanhados. Além disso, 337.729 cometeram dois ou mais assassinatos, dos quais 2.048 nunca foram apanhados.

Assim, o rácio de assassinos que nunca foram apanhados é de 0,006064. Desta forma, é possível calcular uma estimativa de assassinos que nunca foram apanhados na vida real.

Houve 1.172 assassinos em série que foram apanhados, nos Estados Unidos, durante o século XX. Por isso, estima-se que nesta altura havia cerca de sete assassinos em série à solta.

“O mais prolífico provavelmente cometeu mais de sessenta assassinatos”, dizem os autores do artigo, Mikhail Simkin e Vwani Roychowdhury.

Daniel Costa, ZAP //

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