As asas dos insetos podem ter evoluído a partir de guelras

De onde surgiram, afinal, as asas dos insetos? A verdade é que podem ter surgido como órgãos de respiração.

Após vários anos de investigação em torno do tema, ainda não é totalmente claro a partir de que estrutura corporal as asas dos insetos evoluíram e qual a sua função original.

Existem várias hipóteses sobre a origem das asas destes animais, dependentes do facto de o antepassado comum dos insetos ter vivido num ambiente aquático ou terrestre.

Apesar de vários estudos relacionarem a origem das asas com as brânquias de alguns exemplares de insetos aquáticos, o apoio à origem terrestre dos insetos voadores é a que mais prevalece.

Recentemente, uma equipa internacional de investigadores do Centro de Biologia da Academia de Ciências Checa decidiu pôr fim ao mistério e investigar de onde evoluíra, afinal, as asas dos insetos.

Segundo o Phys, os cientistas encontraram, numa pedreira na Baixa Saxónia, novos fósseis paleozóicos de larvas de um antigo grupo de insetos denominado Palaeodictyoptera, proveniente do período Carbonífero.

A estrutura corporal destas larvas assemelha-se a um hipotético antepassado dos insetos voadores, um detalhe que dá assim novas pistas para a resolução do mistério evolutivo.

Após analisarem os fósseis, os investigadores descobriram várias adaptações para a vida num ambiente aquático, nomeadamente vários pares de projeções achatadas nos lados do abdómen, que muito provavelmente funcionavam como guelras.

Já nas larvas, observaram três pares de futuras asas no tórax, cuja estrutura é muito semelhante às placas branquiais no abdómen.

Com base nestas novas informações, os cientistas afirmam que é possível presumir-se que estas “almofadas de asas” também participavam na absorção de oxigénio do ambiente aquático.

“Embora os nossos fósseis não representem o antepassado dos insetos alados – são larvas, e os adultos deste grupo já tinham asas totalmente funcionais –, não deixa de ser um grupo de insetos relativamente antigo. Dado o facto de as larvas de outros grupos de insetos antigos, como as libélulas, serem também aquáticas, isto apoia a possibilidade de o ambiente aquático ter desempenhado um papel importante no início da sua evolução”, esclareceu o investigador Pavel Sroka.

“As primeiras formas de projeções achatadas no tórax, que deram origem a asas, podem assim ter surgido como órgãos de respiração“, rematou.

As novas descobertas surgem detalhadas num artigo científico publicado na Communications Biology.

ZAP //

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