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As vacinas são para toda a vida

As vacinas fazem parte do dia-a-dia dos profissionais de saúde, que, 50 anos após a criação do Programa Nacional de Vacinação, ainda tentam convencer os utentes que esta medida é para toda a vida e não apenas na infância.

“A vacinação é para a vida inteira. Enquanto cá estamos devemos estar protegidos contra as doenças”, disse à Lusa Luísa Carvalho, médica de família na Unidade de Saúde Familiar Gerações, em Lisboa.

A clínica sublinhou a importância da vacina contra o tétano e a difteria, que é preciso atualizar de dez em dez anos.

José Soares, 53 anos e utente nesta USF, reconheceu que durante anos teve as vacinas atrasadas, mas recentemente tomou consciência da necessidade de ter esta medida profilática atualizada e agora não falha a toma.

“Não é porque nos apeteça, mas porque faz bem”, disse à Lusa após tomar a vacina contra o tétano e a difteria, sublinhando a importância desta imunização que evita doenças “que podem levar à morte”.

Disso mesmo também tem consciência Maria Ângela da Silva, 65 anos, que não falha uma toma, nem mesmo da vacina contra a gripe que recebe anualmente.

“Temos de ter muito cuidado com as nossas doenças, se queremos chegar até aos 100” anos, disse.

Após atualizar o seu boletim de vacinas com a prevenção do tétano e da difteria, a sexagenária sublinhou que assim está mais protegida.

E dá o exemplo da vacina contra a gripe – que toma anualmente – e que a tem impedido de ficar doente.

“Vacinei-me no ano passado e nunca mais tive gripe“, disse.

Para Sofia, 20 anos, não vacinar-se seria “quase hipócrita”, principalmente porque está a estudar Saúde.

A vacinação “é fundamental, é o melhor método de prevenção que há. É a forma mais valiosa de saúde pública que nós temos”.

Para Luísa Carvalho, “a vacinação já está muito instaurada nos hábitos dos portugueses”.

Porém, nos mais idosos, “ainda há a noção de que não é preciso manter o Programa Nacional de Vacinação e temos o dever de informar que é preciso atualizá-lo”.

Sobre as novas vacinas que têm vindo a ser introduzidas no PNV, Luísa Carvalho disse que a imunização contra o meningococo-C, no Programa desde janeiro de 2006, “foi muito em aceite e tem uma boa taxa de cobertura”.

Relativamente à vacina contra o Vírus do Papiloma Humano, uma das causas do cancro do colo do útero, que consta do PNV desde 2008, a médica disse que “as pessoas ainda têm a ideia de que a vacina deve ser feita quando se inicia a vida sexual”.

“O nosso objetivo é proteger muito antes dessa altura. Mais uma vez, é um trabalho de educação para a saúde que está a ser bem recebido”, adiantou.

Em Portugal, são administradas gratuitamente através do Serviço Nacional de Saúde as vacinas que protegem contra a tuberculose, difteria, tétano, tosse convulsa, doença invasiva por Haemophilus influenzae tipo b, poliomielite, sarampo, papeira, rubéola, hepatite B, doença meningocócica C e infeção pelo VPH.

/Lusa

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