Criar uma lista de objetivos para o Dia de Ano Novo é uma tradição provavelmente mais antiga que Jesus. Mas talvez esteja na hora de deixar cair este ritual anual.
Para muitas pessoas, estabelecer objetivos para o Ano Novo consiste normalmente em compilar uma lista de resoluções à volta das suas finanças, imagem, saúde e bem-estar.
Recentemente, a Forbes Health 2024 conduziu um estudo sobre o que as pessoas se propõem alcançar no ano que hoje começa.
Na pesquisa, que recolheu dados de 1.000 pessoas que fizeram resoluções de Ano Novo, 48% dos inquiridos disseram querer melhorar a sua forma física, 38% disseram querer melhorar as finanças e 36% disseram querer melhorar a sua saúde mental.
Segundo a pesquisa da Forbes, há também um ligeiro enviesamento de género na atitude em relação às resoluções de Ano Novo: as mulheres (64%) sentem-se ligeiramente mais pressionadas a estabelecer resoluções do que os homens (60%).
O problema, diz Hannah Getahun num artigo no Insider, é que as resoluções são frequentemente difíceis de manter.
Segundo algumas estimativas, até 80% das resoluções de Ano Novo não duram nem um mês, e são violadas antes do fim de janeiro — independentemente de todos os conselhos que todos os anos recebemos, desde dicas como “estabelecer objetivos alcançáveis” ou “dar pequenos passos” em relação aos objetivos propostos.
A maior parte das pessoas chega ao fim do ano sem ter alcançado os objetios a que se propôs no fim do anterior, e entram no seguinte na esperança de que as coisas melhorem. Mas nunca melhoram.
Este sentimento negativo começou a afetar a popularidade das resoluções de Ano Novo. Ao longo dos últimos anos, cada vez mais pessoas estão a abandonar a tradição.
Segundo uma sondagem conduzida pela CBS em 2021, o número de pessoas que estabelece resoluções de Ano Novo diminuiu drasticamente. A razão? Principalmente devido à imprevisibilidade causada pela pandemia de 2020 e ao caos que se seguiu nas nossas vidas.
Assim, as resoluções de Ano Novo estão a passar de moda. Basicamente, se nunca estabelecermos objetivos impossíveis, não apanhamos deceções por não os cumprir.
Mas será que o ser humano consegue viver sem organizar a sua vida e as suas aspirações em listas? Provavelmente não.
A solução, sugere o The Atlantic, é simples: em vez de uma lista de objetivos que nos propomos atingir no ano que vem, por que não fazer uma com os objetivos que atingimos no ano que acaba de findar?