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A Ciência confirma: as mulheres melhoram com a idade

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As mulheres que já viveram a chamada “crise da meia-idade” têm uma melhor saúde emocional do que as mulheres mais jovens, o que se deve ao medo do envelhecimento destas últimas e a um truque das mais velhas.

Uma investigação levada a cabo na Universidade do Estado da Flórida (FSU), nos EUA, apurou que as preocupações das mulheres mais jovens com as rugas e com a velhice fazem com que a sua saúde emocional seja pior do que a das mulheres que já passaram a chamada “crise de meia idade”.

A ansiedade das jovens quanto ao declínio do corpo e da capacidade de atracção “degradam o seu bem-estar emocional”, constata-se neste estudo divulgado no site da FSU.

No caso das mulheres mais velhas, “a crescente manutenção de identidades jovens, à medida que envelhecem, promove o seu bem-estar”, considera-se na pesquisa que vai ser publicada na edição de Dezembro do Journal of Women and Aging.

A investigação analisou várias componentes da experiência subjectiva do envelhecimento medindo o contributo de cada uma para o bem-estar emocional conforme as diferenças de idade.

As variáveis em análise foram “identidade etária, concepções de tempo da meia-idade, atitudes de envelhecimento, ansiedades de envelhecimento e auto-reconhecimento das mudanças fisiológicas”.

As conclusões apontam que a identidade etária e as ansiedades do envelhecimento desempenham o papel principal para o inferior bem-estar emocional das mulheres mais jovens, em comparação com as mais velhas.

O truque das mulheres mais velhas

As mulheres mais velhas, por outro lado, apresentam níveis emocionais melhorados porque criam uma estratégia que as ajuda a manterem “percepções jovens de si próprias”, conforme se atesta no estudo.

“Estas perspectivas tornam-se mais discrepantes à medida que envelhecem”, afiançam ainda os investigadores, realçando que “se se perguntar a uma mulher de 45 anos quantos anos ela sente ter, ela pode responder 40, e se se fizer a uma de 75 anos a mesma pergunta, ela pode dizer 65“.

A investigadora que liderou o estudo, Anne Barrett, professora de sociologia da FSU, repara que “a marginalização das mulheres mais velhas na nossa sociedade pode ter consequências para as mulheres durante toda a vida adulta” e “pode corroer o seu bem-estar emocional muito antes de atingirem a velhice”.

A professora destaca, assim, “a necessidade de visibilidade e de representações positivas das mulheres mais velhas em todos os domínios da vida – nos média, na política e em outras arenas”.

O estudo focou-se em mulheres com idades entre os 25 e os 74 anos, com base em dados de um inquérito nacional feito nos EUA, realizando-se dois inquéritos, um entre 1995-1996 e outro entre 2004-2006.

Barrett também explica que a investigação centrou-se nas mulheres porque “o seu declínio no estatuto, à medida que envelhecem, é mais íngreme do que nos homens”.

“Elas enfrentam maior discriminação por idade no local de trabalho e sentem mais pressão para mascarar os sinais de envelhecimento”, conclui a investigadora.

SV, ZAP

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