As iguanas fizeram uma mini-volta ao mundo em jangada há 34 milhões de anos

Um novo estudo revelou que, há 34 milhões de anos, iguanas navegaram cerca de 8.000 quilómetros da América do Norte às ilhas Fiji agarradas à vegetação flutuante. É a viagem transoceânica mais longa conhecida de uma espécie terrestre.

Há cerca de 34 milhões de anos, as iguanas fizeram a viagem transoceânica mais longa conhecida de uma espécie terrestre, navegando um quinto de volta ao mundo em jangada.

Agarradas a vegetação flutuante, as iguanas viajaram desde a América do Norte até se estabelecerem nas Ilhas Fiji. É o que revela um estudo publicado esta segunda-feira na PNAS.

Os investigadores acreditam que as iguanas fizeram a viagem de mais de 8.000 quilómetros em jangadas feitas de vegetação, chegando às Fiji pouco depois da formação das ilhas.

“Podemos imaginar uma espécie de ciclone a derrubar árvores onde havia um grupo de iguanas e talvez os seus ovos, que apanharam as correntes oceânicas e fizeram a travessia em jangadas“, disse o líder do estudo Simon Scarpetta, da Universidade de São Francisco, citado pela Live Science.

Como refere a mesma revista, os lagartos verdes brilhantes das Ilhas Fiji são as únicas iguanas fora do hemisfério ocidental, e a forma como lá chegaram tem sido um mistério de longa data. Agora, os investigadores descobriram também que as iguanas das Ilhas Fiji têm um parentesco muito mais próximo do que se pensava com os seus primos do Hemisfério Ocidental.

Foi a partir dessa constatação que surgiu a tese de que as iguanas fizeram aquela viagem diretamente da Costa Oeste dos Estados Unidos para as Ilhas Fiji, há cerca de 34 milhões de anos.

Outras teorias (mais fracas)

Anteriormente, alguns biólogos havia sugerido que os lagartos das Fiji – do género Brachylophus – descendiam de uma família de iguanas, agora extinta, que outrora povoou o Pacífico.

Outros sugeriram que os lagartos poderiam ter percorrido distâncias mais curtas a partir da América do Sul, passando pela Antárctida ou pela Austrália, antes de acabarem por chegar ao Pacífico.

Contudo, como aponta a Live Science, estas ideias baseavam-se em análises genéticas que não demonstravam de forma conclusiva o grau de parentesco das iguanas das Fiji com outros iguanídeos. Pelo contrário, a nova análise baseia-se numa sequência de ADN de todo o genoma recolhido de mais de 200 espécimes de iguanas de museus de todo o mundo.

O novo estudo revelou que o género Brachylophus das Ilhas Fiji está mais estreitamente relacionado com os lagartos do género Diposaurus, que se encontram espalhados pelos desertos da América do Norte.

“As iguanas e as iguanas do deserto, em particular, são resistentes à fome e à desidratação, pelo que o meu processo de pensamento é que, se tivesse de haver um  grupo de vertebrados ou um grupo de lagartos que pudesse realmente fazer uma viagem de 8.000 quilómetros através do Pacífico numa massa de vegetação, seria um antepassado do tipo iguana do deserto”, afirmou Simon Scarpetta.

ZAP //

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.