Equipas de recuperação estão a plantar pinheiros Wollemi em locais secretos conhecidos por terem defesas contra ameaças ambientais.
Num esforço de conservação inovador, os cientistas embarcaram num projeto de longo prazo para proteger o pinheiro Wollemi (Wollemia nobilis), espécie de árvore que se pensava estar extinta até à sua redescoberta, em 1994, nas Montanhas Azuis da Austrália.
Conhecidas como “fósseis vivos“, estas árvores permaneceram praticamente inalteradas durante milhões de anos, remontando ao período Cretáceo. No entanto, hoje enfrentam o risco de extinção, com apenas cerca de 60 exemplares a sobreviver na natureza, ameaçados por doenças e incêndios florestais.
Recentemente, os cientistas descodificaram o seu genoma para compreender como sobreviveu, quase inalterado, desde a época dos dinossauros.
A Equipa de Recuperação do Pinheiro Wollemi, uma colaboração entre cientistas do governo australiano e conservacionistas, iniciou um plano audacioso para reintroduzir os pinheiros Wollemi no seu habitat natural no Parque Nacional Wollemi. Esta estratégia envolve plantar em locais secretos e remotos, escolhidos pelas suas defesas naturais contra ameaças ambientais, explica o Live Science.
Estas gargantas de arenito de alta elevação oferecem proteção contra os frequentes e intensos incêndios florestais e secas que assolaram a área, representando riscos significativos para a sobrevivência destas árvores antigas.
Apesar dos desafios, incluindo um devastador incêndio florestal em 2019 que destruiu um número significativo de pinheiros recém-plantados, o projeto tem visto algum sucesso. Em 2021, foram plantadas 502 mudas adicionais, com mais de 80% a sobreviver graças às condições favoráveis trazidas pelo padrão climático La Niña.
No entanto, o sucesso do projeto é medido em séculos, não anos, pois estas árvores crescem lentamente e levarão décadas a amadurecer e reproduzir-se.
A equipa de recuperação tomou medidas extraordinárias para proteger estas populações nascentes, incluindo manter os seus locais em segredo e implementar medidas rigorosas de biossegurança para prevenir a introdução de Phytophthora cinnamomi, um bolor aquático patogénico.
A equipa também experimentou expor algumas árvores jovens a incêndios florestais para estudar a sua resposta e resiliência, crucial para entender como apoiar a espécie face ao aumento das ameaças climáticas.
A lenta jornada de recuperação do pinheiro Wollemi continua, sublinhando a importância da gestão multigeracional e da necessidade de esforços globais para combater os desafios ambientais que ameaçam a biodiversidade do nosso planeta.