Um artigo científico publicado em 2010 na revista científica Nature previu que 2020 seria uma ano agitado do ponto de vista social e económico.
A pandemia de covid-19, que nasceu num mercado local na cidade chinesa de Wuhan em dezembro do ano passado, marcou o novo ano de 2020, obrigando a importantes alterações sociais e económicas para travar a propagação do novo coronavírus.
Contudo, já em meados de 2010 e sem contar com a pandemia, o cientista Peter Turchin, da Universidade de Connecticut, nos Estados Unidos, vaticinava que a turbulência social e económica chegaria a um ponto de ebulição em 2020 num artigo publicado na Nature.
Peter Turchin, que estuda Matemática, Ecologia, Biologia Evolutiva e Antropologia na universidade norte-americana identificou vários ciclos de crescimento económico e turbulência ao longo do tempo, bem como o aumento da dívida pública e jovens com pouco mais de 20 anos insatisfeitos – situações que deveriam convergir ainda este ano nos Estados Unidos, tal como recorda o portal Futurism.
“A análise histórica quantitativa revela que sociedades humanas complexas são afetadas por ondas recorrentes – e previsíveis – de instabilidade política”, escreveu Turchin.
Turchin identificou ciclos de 50 anos de instabilidade política e ciclos de 40 a 60 anos de crescimento económico e turbulência, as chamadas ondas de Kondratiev, que sugerem recessões particularmente graves.
Na verdade, o cientista não previu a pandemia nem que esta atingisse o mundo num ano que, por si só e segundo o seu estudo, estava já num ciclo de turbulência.
“Os registos mostram que as sociedades podem evitar desastres”, escreveu.
“Precisamos de encontrar formas de melhorar os efeitos negativos da globalização no bem-estar das pessoas (…) A desigualdade económica, acompanhada pela crescente dívida pública, pode ser resolvida tornando os impostos mais progressivos. E não devemos expandir o nosso sistema de ensino superior para lá da capacidade da economia de absorver os recém-licenciados das faculdades”.
Bruxo!