Tanto nos casinos físicos como nas plataformas online, as luzes podem estar a fazer-nos ter mais vontade de jogar all-in.
1,2% da população mundial sofre de problemas relacionados com o jogo. Agora, uma equipa de investigadores descobriu que as luzes azuis, emitidas geralmente por LEDs no casino, podem contribuir para a estatística.
“Descobrimos que a luz com maior presença de comprimentos de onda azuis, frequentemente emitida por ecrãs LED e iluminação de casinos, pode influenciar subtilmente a forma como as pessoas percecionam perdas e ganhos”, diz Alicia Lander, psicóloga do Flinders Health and Medical Research Institute (FHMRI), à Science Alert. “Isto levanta questões sobre o papel da iluminação em ambientes como casinos ou plataformas de jogo online“.
No estudo, publicado em abril na Scientific Reports, os investigadores reuniram 15 voluntários, com idades entre os 18 e os 27 anos, e pediram-lhes para completarem desafios hipotéticos de jogo sob diferentes condições de iluminação: alguns sob luz enriquecida em azul e outros sob luz com menos azul. Era prometido um prémio de quase 20 euros.
Em média, os participantes mostraram-se significativamente menos avessos à perda sob luz enriquecida em azul. Indo de encontro a estudos anteriores, os homens foram também os que mais arriscaram.
“Em condições com menos luz azul, as pessoas tendem a sentir uma perda de 100 dólares de forma muito mais intensa do que um ganho de 100 dólares – a perda simplesmente parece pior”, explica Lander.
“Mas sob luz intensa e rica em azul, como aquela dos aparelhos dos casinos, a perda de 100 dólares não parece tão grave, pelo que as pessoas estavam mais dispostas a assumir o risco”.
“Sob luz com maior presença de comprimentos de onda azuis, as pessoas podem ter menor capacidade para avaliar corretamente risco e recompensa devido a uma diminuição da sensibilidade cognitiva à perda” afirma o biólogo circadiano Sean Cain, do FHMRI. “É possível que simplesmente diminuir a luz azul nos casinos possa ajudar a promover comportamentos de jogo mais seguros”.