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Dono da loja que vendeu armas ao atacante da Nova Zelândia diz que polícia viu a encomenda

Martin Hunter / EPA

O dono da loja “Gun City”, em Christchurch, a terceira maior cidade do país, afirmou que vendeu quatro armas ao homem que alegadamente perpetrou os ataques, através de uma encomenda por correio verificada pela polícia.

Numa declaração, David Tipple disse que forneceu à polícia os registos de compra e os detalhes completos da venda. Sobre o homem, detido após o tiroteio, Tipple disse: “Não detetámos nada de extraordinário sobre este titular da licença”.

Depois desta afirmação, a primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinta Ardern, afirmou que a reforma de lei de armas vai ser anunciada dentro de dez dias, na sequência do ataque a duas mesquitas que causou 50 mortos. Em conferência de imprensa em Wellington, Ardern prometeu mais detalhes antes de o Executivo se reunir dentro de uma semana.

“Isto significa que no prazo de 10 dias desde este horrível ato de terrorismo teremos anunciado reformas que, acredito, vão tornar a nossa comunidade mais segura”, referiu, citada pela Euronews. A chefe do Executivo declarou ainda que será feita uma investigação ao que precedeu os ataques e o que poderia ter sido feito de forma diferente.

No domingo, a primeira-ministra já tinha prometido que as leis das armas seriam endurecidas. “Não podemos ser dissuadidos do trabalho que precisamos de fazer quanto às nossas leis das armas. Elas precisam de mudar”, disse.

Atualmente, para se possuir armas na Nova Zelândia é preciso ter mais de 16 anos e passar controlos policiais. Uma vez emitida a licença, os proprietários de armas podem comprar quantas quiserem. A associação da polícia neozelandesa apelou à proibição das armas semiautomáticas, noticiou a Radio New Zealand. Tentativas anteriores para alterar a legislação falharam devido ao grande lobby das armas e a uma cultura de caça.

Estima-se que existam 1,5 milhões de armas de fogo detidas por privados no país. Todos os proprietários devem ter uma licença mas a maioria das armas individuais não precisa de estar registada – a Nova Zelândia é um dos poucos países onde isto se verifica.

O governo já havia anunciado a reforma de lei de armas, depois do que considerou o “pior ataque” da história do país. No sábado, as autoridades acusaram Brenton Tarrant, suspeito autor dos massacres em Christchurch, de assassínio.

Brenton Tarrant, um australiano nacionalista branco de 28 anos, é o suposto responsável pelos ataques às mesquitas Al-Noor e de Linwood, que fizeram 50 mortos e quase meia centena de feridos. Tarrant foi acusado de homicídio e ficou em prisão preventiva sem recurso. Tarrant volta ao tribunal a 5 de abril.

A primeira-ministra disse que o suspeito enviou um manifesto para o seu gabinete nove minutos antes dos tiroteios. Um dos ataques foi parcialmente transmitido em direto no Facebook antes de ser removido.

ZAP //

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