Arcebispo russo considerado “sexista do ano” morre durante reabilitação do coronavírus

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Alexander Karpov / Wikimedia

O arcebispo russo Dimitry Smirnov

O arcebispo russo Dimitry Smirnov, conhecido por fazer comentários controversos sobre mulheres, morreu aos 69 anos durante a reabilitação do coronavírus, anunciou um porta-voz da Igreja Ortodoxa Russa na quarta-feira.

No início de 2020, Dimitry Smirnov foi considerado “Sexista do Ano” por feministas russas, devido às suas alegações de que as mulheres têm “mentes mais fracas” do que os homens e por comparar as que não são casadas e que se relacionam a “prostitutas não remuneradas”, noticiou na quarta-feira o Moscow Times.

Pouco antes de ter sido hospitalizado por estar infetado com a covid-19, em maio, Smirnov exaltou o impacto positivo da infeção na humanidade, dizendo que encorajava “o voluntariado [para substituir] o egoísmo”.

“A morte do arcebispo Dimitry Smirnov acaba de ser divulgada”, anunciou nas redes sociais Vasily Rulinsky, porta-voz do departamento sinodal para a caridade da Igreja, não tendo especificado a causa da morte.

Após a sua recuperação do coronavírus, os colegas de Smirnov disseram à media russa que este planeava passar todo o verão a recuperar da doença, fora de Moscovo, afirmando ainda que o arcebispo não teve um caso grave de covid-19.

A media ortodoxa informou que Smirnov foi hospitalizado em Moscovo em estado crítico no final de setembro, a sua segunda hospitalização não relacionada à covid-19 desde 2019. Relatórios não confirmados revelam que foi diagnosticado com uma doença cerebral.

Durante a sua presidência na comissão da Igreja Ortodoxa Russa sobre a família, Smirnov foi notícia por aconselhar jovens a faltarem à escola e se prepararem para o parto, comparando a fertilização ‘in vitro’ com experiências nazis e alegando que o aborto na Rússia é pior do que o Holocausto.

O arcebispo apoiou publicamente a prática controversa da Igreja Ortodoxa Russa de abençoar as armas nucleares, vistas como a “salvação do povo russo e da sua cultura”.

Inicialmente, a Igreja Ortodoxa Russa resistiu às recomendações de fechar as portas para os mais de 150 milhões de seguidores, uma medida que levou a infeções e mortes entre o clero. A igreja acabou por aconselhar os fiéis a ficarrm em casa no final de março, quando a pandemia piorou no país.

ZAP //

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