Aranhas zombie, infetadas com fungos, descobertas na Irlanda do Norte

CABI/Evans et. al 2025

Durante as filmagens de um documentário na Irlanda do Norte, uma equipa de cientistas descobriu um novo fungo que parece manipular o comportamento das aranhas, transformando-as em “zombies”.

O fungo, chamado Gibellula attenboroughii, é descrito num estudo publicado na revista Fungal Systematics and Evolution.

A aranha-das-cavernas Metellina merianae parece ser o principal hospedeiro do fungo. Esta espécie de aranha, normalmente, recusa encontra-se em toda a Europa em habitats escuros e húmidos.

Segundo o popsci, o novo fungo foi inicialmente encontrado durante as filmagens da série Winterwatch da BBC, na Irlanda do Norte, em 2021. O espécime infetado foi detetado no teto de um armazém de pólvora abandonado.

As imagens que a equipa obteve indicaram que uma nova espécie de fungo poderia estar a infetar a aranha.

A Gibellula attenboroughii liberta potencialmente esporos de fungos que podem manipular a atividade da aranha. Depois de um olhar mais atento, foram encontradas mais destas aranhas infetadas no teto ou na parede de grutas na Irlanda do Norte e na República da Irlanda.

O fungo parece também infetar uma espécie de aranha parecida com a Meta menardi.

De acordo com os autores, as aranhas parecem ter abandonado as suas teias ou covis e migrado para morrer quando expostas ao fungo.

Este comportamento é semelhante ao observado em formigas que são infetadas por fungos do género Ophiocordyceps na floresta tropical brasileira.

As culturas retiradas destes fungos apresentam metabolitos que alteram o comportamento, incluindo a dopamina.

Os sinais elétricos emitidos pelos cogumelos King oyster podem também ser utilizados para controlar os movimentos de um robô bio-híbrido desenvolvido por uma equipa da Universidade de Cornell e da Universidade de Florença, em Itália.

A equipa utilizou registos históricos para descobrir uma diversidade oculta no género de fungos Gibellula nas ilhas Britânicas e provas de epidemias generalizadas que afetam as aranhas em partes de Inglaterra e do País de Gales.

Os autores acreditam que “o seu papel na dinâmica das populações de aranhas merece um estudo mais aprofundado, assim como os metabolitos que produzem e que lhes permitem explorar um nicho ecológico tão especifico”.

Teresa Oliveira Campos, ZAP //

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