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Apollo controla casas compradas à Fidelidade a partir das ilhas Caimão

As novas proprietárias dos 271 imóveis comprados à Fidelidade por 425 milhões de euros têm como beneficiários três fundos no paraíso fiscal das Ilhas Caimão.

Os novos donos dos imóveis adquiridos pela Apollo à Fidelidade no verão passado estão sediados nas Ilhas Caimão, segunda a investigação do Público publicada esta terça-feira.

O jornal explica que, para concretizar esse negócio, a gestora de fundos de investimento norte-americana montou uma construção acionista em cascata que passa por duas praças financeiras. No topo estão três fundos sediados no paraíso fiscal das Ilhas Caimão, território a sul de Cuba, havendo ainda duas sociedades estabelecidas no Luxemburgo.

As novas donas dos imóveis são quatro empresas portuguesas: a Meritpanorama, a Fragrantstrategy, a Notablefrequency e a Neptunecategory. Quem detém diretamente o seu capital é a sociedade de responsabilidade limitada luxemburguesa AEPF III 35. Esta é, por sua vez, detida a 100% por outra empresa da Apollo sediada na mesma morada, a AEPF III 13.

De acordo com o mesmo jornal, é através da morada Box 309 da Ugland House nas Ilhas Caimão, que é sede de 18 mil sociedades, que o grupo Apollo controla as novas proprietárias dos 271 imóveis comprados à Fidelidade por 425 milhões de euros.

É onde estão sediados os três fundos da Apollo: o Apollo European Principal Finance Fund III (Dollar A), o Apollo European Principal Finance Fund III (Master Dollar B) e o Apollo European Principal Finance Fund III (Master Euro B).

Em meados de novembro, esta operação gerou polémica também porque não houve lugar ao pagamento do imposto municipal sobre transações de imóveis (IMT).

Ao Público, a Apollo não deu qualquer justificação sobre o motivo desta estrutura dos seus fundos de investimento. No entanto, a Ugland House faz questão de indicar no seu site que “os seus investidores e consultores escolhem as ilhas Caimão por razões comerciais e empresariais prudentes, uma das quais é a neutralidade fiscal, e não a invasão fiscal. Os investidores são responsáveis pelos impostos no seu país de origem”.

Ao que o jornal apurou, o grupo tem também subsidiárias no estado norte-americano do Delaware, Ilhas Marshall, Maurícias, Guernesey ou Hong Kong.

ZAP //

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