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Tal como nós, os antigos maias tinham parques com árvores e vegetais

Na antiga cidade maia de Tikal, existiam “parques” com árvores de fruto e vegetais, que este povo deixava crescer livremente, mantendo a natureza intacta.

A antiga cidade maia de Tikal era uma metrópole movimentada e lar de dezenas de milhares de pessoas. Investigadores da Universidade de Cincinnati, nos Estados Unidos, argumentam que os reservatórios da cidade, fontes de água potável, estavam cheios de árvores e vegetação selvagem.

Os cientistas identificaram mais de 30 espécies de árvores, ervas, vinhas e plantas com flor que se espalhavam pela cidade há mais de mil anos.

“Quase todo o centro da cidade era pavimentado. Ficaria muito quente durante a estação seca”, disse o autor principal do estudo, David Lentz, professor de biologia na Faculdade de Artes e Ciências da Universidade de Cincinnati.

“Portanto, faria sentido que eles tivessem lugares que fossem bons e frescos ao longo do reservatório”, acrescentou. “Deve ter sido lindo de se ver com a água e as árvores e um lugar bem-vindo para os reis e as suas famílias irem”.

Mas afinal, o que é que os maias plantavam nestes parques? Os nenúfares, por exemplo, são bastantes comuns na iconografia maia, fazendo parte da sua mitologia. No entanto, os investigadores não encontraram evidências que corroborassem a sua existência nestes parques, escreve o HeritageDaily.

Em vez disso, os autores descobriram que os maias permitiam que os reservatórios permanecessem como uma floresta intacta. Isto terá ajudado a prevenir a erosão e fornecido plantas e frutas medicinais ou comestíveis.

Foram encontradas árvores como a Andira inermis e Brosimum alicastrum, mais conhecida por ramón, algumas das quais com 30 metros de altura. Lentz explica que a única razão para encontrar ramón no reservatório é que estes deixaram a florestação intacta. Como era raro chover, os maias protegiam estes lugares ao não derrubarem as árvores.

Foram ainda encontradas evidências de cebola selvagem, figo e cereja selvagem, entre outros.

Questionado se estas áreas equivaliam aos parques dos dias de hoje, Lentz respondeu que sim, mas que não sabe o quão públicas seriam.

“Esta era uma área sagrada da cidade cercada por templos e palácios. Não sei se os plebeus teriam sido tão bem-vindos”, sublinhou.

Anteriormente, os investigadores aprenderam sobre as plantas selvagens que cresciam na antiga Tikal estudando o pólen ou carvão antigos. Agora, esta equipa de cientistas voltou-se para o sequenciamento de ADN de última geração, que pode identificar plantas e animais mesmo com pequenas quantidades de ADN.

Daniel Costa, ZAP //

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