Pedra de granito esculpida há mais de 35.000 anos nas profundezas de uma gruta em Israel pode ser a mais antiga prova de práticas rituais na Terra Santa.
Uma escultura em “carapaça de tartaruga” com 35.000 anos pode ser a prova mais antiga de comportamento ritual na Terra Santa.
A fragmento arqueológico foi revelado num estudo publicado na semana passada, na Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).
Os sulcos esculpidos na pedra são muito semelhantes ao padrão de uma carapaça de tartaruga.
Embora não se saiba o significado exato do desenho, é possível que se trate de um antigo símbolo de unificação, disse o coautor do estudo, Israel Hershkovitz, antropólogo físico da Universidade de Tel Aviv, à Live Science.
A pedra ritual foi descoberta nas profundezas da caverna Manot, na região da Galileia, no norte de Israel, onde ocorrem escavações desde 2010. Pesa mais de 28 quilos e tem pouco menos de 30 centímetros de diâmetro.
Misteriosa pedra da tartaruga
A câmara que continha a pedra esculpida estava separada das áreas habitáveis por detrás de uma galeria de grandes estalagmites e estalactites.
A pedra de granito foi descoberta num nicho na parede traseira da câmara e foi o único artefacto encontrado nas proximidades.
A superfície superior da rocha está esculpida com sulcos profundos.
Embora possam existir provas anteriores de práticas rituais por parte dos humanos modernos, como a estatueta de pedra do “homem-leão”, com 40.000 anos, de uma caverna na Alemanha, o estudo observou que a rocha da Gruta de Manot é a prova mais antiga de práticas rituais na região oriental do Mediterrâneo.
A datação coloca a pedra esculpida no período do Paleolítico Superior Inicial, entre cerca de 33.000 e 48.000 anos atrás, quando os caçadores-recolectores Homo sapiens estavam a acrescentar novas tecnologias de ferramentas de pedra a outras muito mais antigas.
Segundo o estudo, as partículas de cinzas de madeira encontradas nas camadas exteriores das estalactites e estalagmites da câmara de pedra indicam que esta foi iluminada pelo fogo, possivelmente durante reuniões rituais.
Os testes acústicos também revelaram que a câmara era “adequada para reuniões comunitárias“, facilitando as conversas, os discursos e a audição, concluíram os investigadores.
“Os nossos dados da Gruta de Manot atestam a existência de algumas formas iniciais de práticas rituais coletivas já no Paleolítico Superior Inicial. A existência de um complexo ritual na caverna Manot não é surpreendente … [Foi] uma estratégia adaptativa bem-sucedida para lidar com os grandes desafios demográficos e económicos que a sociedade humana enfrentou no Paleolítico Superior”, escreveram os autores.