Antigo oceano descoberto na Mongólia pode reescrever a história da Pangeia

Christopher Scotese / Ian Webster / Paleomap / University Of Sydney

Graças à descoberta de um antigo oceano na Mongólia, os geocientistas podem reconstruir com bastante exatidão a rutura do último supercontinente, a Pangea, há 250 milhões de anos.

Há mais de 400 milhões de anos, um afloramento de rocha quente do manto terrestre separou a crosta da Mongólia, formando um oceano chamado Mongol-Okhotsk, que sobreviveu durante 115 milhões de anos.

Esta descoberta foi fundamental para compreender melhor os ciclos de Wilson, que descrevem a formação e separação de supercontinentes, como a Pangeia.

Em 2019, os investigadores ficaram intrigados com as rochas vulcânicas encontradas do noroeste da Mongólia do período Devoniano (419 milhões a 359 milhões de anos atrás).

Um novo estudo, publicado em maio no Geophysical Research Letters, que incidiu a sua análise nessas rochas vulcânicas, revelou a presença de uma pluma mantélica – característica das fases iniciais dos ciclos de Wilson – que sugere a separação continental e formação oceânica.

À Live Science, Mingshuai Zhu, líder da investigação, explica a função dessas plumas na formação/separação dos continentes: “As plumas mantélicas estão normalmente envolvidas na primeira fase do ciclo de Wilson: a desagregação de continentes e a abertura de oceanos, como o Oceano Atlântico”.

O estudo comprova que o oceano se fechou no mesmo local onde se formou, um padrão comum no ciclo de vida dos oceanos.

Daniel Pastor-Galán, da equipa de investigação, comparou esta descoberta ao atual processo geológico no Mar Vermelho, onde a crosta se está a espalhar cerca de um centímetro por ano. Tal fenómeno poderá resultar num novo oceano no leste de África nas próximas dezenas de milhões de anos.

ZAP //

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